quinta-feira, 4 de outubro de 2012

MOVIMENTO NACIONAL EM DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA


Meus Amigos
Como já foi amplamente divulgado, em 13 de janeiro de 2012, foi sancionado o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 306, de 2008, através  da Lei Complementar nº 141, que regulamentou a Emenda Constitucional (EC) nº 29, que, dentre outras medidas, assegurava o repasse integral de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública. Porém, a presidente Dilma Roussef, decidiu vetar 15 dispositivos do texto aprovado pelo Congresso Nacional. Dentre estes, desautorizou a destinação de 10% das Receitas Correntes Brutas da União (RCB) ao sistema público de saúde.

Mas, em 13 de Março de 2012, várias entidades representativas da sociedade civil, decidiram iniciar um movimento denominado MOVIMENTO NACIONAL EM DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA, que objetiva a coleta de 1.000.000 (um milhão) de assinaturas, para propor um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que garanta o repasse dos 10% das RCB da União à saúde pública brasileira.

A representante da CEPABrasil – Associação Brasileira de Delegados e Amigos da Confederação Espírita Pan-Americana junto ao Conselho Nacional de Saúde, nossa amiga Sandra Regis, está integrada a esse Movimento e necessita coletar o máximo possível de assinaturas junto aos espíritas, incluindo seus familiares e amigos. Dependemos da união e máximo empenho de todos em ajudar na coleta de assinaturas..

Pedimos a gentileza de imprimirem o FORMULÁRIO que pode se obtido clicando neste link e, após, coletarem o maior número possível de adesões.

Enfatizamos a importância do preenchimento completo dos dados do formulário, além da assinatura ou a digital correspondente. Caso a pessoa não esteja na posse do título de eleitor, deve anotar o nome da mãe no verso do formulário.
A seguir, por favor, encaminhem as listas preenchidas e assinadas, até o dia 20/10/2012, via Correios, para o seguinte endereço:

SANDRA REGIS
Av. Senador Vergueiro 1550 apto. 24
Jardim Três Marias – São Bernardo do Campo – SP
CEP 09750-001

Mas, continuem a coletar assinaturas até o dia 30.11.2012. Por favor, façam uma segunda remessa de formulários até o dia 03.12.2012.
Sugerimos que as casas espíritas promovam um dia de atividade especial, solicitando a todos que levem seus títulos de eleitor para a devida coleta de assinaturas, deixando claro que se trata de um movimento que objetiva pleitear mais verbas para a saúde pública, e não tem qualquer vínculo ou conotação político-partidária.
Em nível individual, cada um poderá levar formulários para seus locais de trabalho, estudo, grupo de amigos, etc. para preenchimento e coleta de assinaturas.
Vamos fazer a nossa parte?
Agradecemos muitíssimo o empenho de todos.
Abraços.
Alcione Moreno - Presidenta da CEPABrasil.

domingo, 23 de setembro de 2012

CCEPA NA MÍDIA


O Papa e o laicismo
Nothing to kill or die for, no religion too. (John Lennon)

Andou muito bem o papa Bento XVI, em sua recente visita ao Oriente Médio, pedindo se respeite, ali, a liberdade religiosa e defendendo o laicismo por ele adjetivado como "saudável".

Por muito tempo, a Igreja condenou com veemência tanto a liberdade de crença quanto a laicidade da sociedade e do Estado. E não faz tanto tempo assim. Não precisamos retroceder à Idade Média e aos tempos em que vigorava, incontestavelmente soberana, a teocracia religiosa no Ocidente. Todo o século 19 e boa parte do há pouco findo século 20 serviram de cenário para uma tenaz luta da Santa Sé contra esses princípios, de origem secular. Em 1832, o papa Gregório XVI, na encíclica Mirari vos, chamava a liberdade de consciência de "pestilenta", denunciando que essa postulação do mundo liberal abriria caminho à perigosa introdução da "liberdade plena de opinião" e ao desenvolvimento das falsas religiões. Outra loucura, para ele, era a separação entre Estado e Igreja. Atrás disso, dizia, sobreviriam as maiores desgraças para as nações e para a fé. Essas mesmas ideias foram repetidas em sucessivas encíclicas de Pio IX e Pio X. O indiferentismo religioso, o laicismo, o relativismo em matéria de fé, o naturalismo e todas as liberdades de pensar, de crer ou deixar de crer, foram condenados com expressões arrasadoras, nas bulas e encíclicas papais do mundo moderno e contemporâneo. Na base dessas posições estava a ideia de que sem religião - ou, mais precisamente, sem a única religião verdadeira - não há moral, não há ética, não se sustenta uma sociedade saudável.

Acho que é a primeira vez que um sumo pontífice romano, nesse sermão pronunciado no Líbano (14/9/2012), agrega ao substantivo laicismo o adjetivo saudável. Mesmo deixando espaço ao entendimento de que existem outras formas de laicismo condenáveis, ou seja, aquelas que se ocupam de combater as crenças de cada um, fica expresso o reconhecimento de que laicidade não é sinônimo de imoralidade. É quase o reconhecimento explícito de que, com ou sem religião, há no ser humano uma vocação natural para o bem, para a ética, para o justo, para o progresso. Defendendo o pluralismo religioso, o Papa afina seu discurso com a modernidade. Mais do que isso, acenando para a prática do laicismo, reconhece que onde crenças religiosas se arvoram em juízes das atitudes humanas, descamba-se para graves violações aos direitos humanos. Não é por outra razão que o fundamentalismo religioso é o responsável, hoje, como o foi ao curso de toda a História, por nossas mais cruéis tragédias.

O mundo fica melhor na medida em que sua gestão política e social se liberta da tutela religiosa. Isso não significa divorciar-se da espiritualidade ou rejeitá-la. Só com o respeito ao pluralismo, às liberdades individuais e políticas, pode-se desenvolver a genuína espiritualidade. O autêntico laicismo sempre é saudável porque, sem combater crenças individuais, admite a existência de uma gama infinita de formas de interpretar o divino e o humano, a consciência e o universo, buscando, no conjunto de tudo, o sentido da vida.

Paradoxalmente, aqueles mesmos que, ainda ontem, rebelaram-se contra a vitória do laicismo sobre a ditadura da fé, reconhecem, agora, que só numa sociedade genuinamente laica há espaço para vicejarem e crescerem os verdadeiros valores do espírito. Sinal dos tempos! Bons sinais. Plenamente concordes com a sentença de Jesus de Nazaré, segundo quem "o espírito sopra onde quer". O que se pode ver é que, cada vez mais, espiritualidade passa a ser sinônimo de humanismo. Migra do inescrutável reinado do mistério e do dogma para o terreno aberto e democrático das experiências humanas contra cuja corrente, quase sempre, se posicionaram as castas sacerdotais. É a força do espírito livre, centelha divina presente no homem. A ela tudo, um dia se há de conformar. Inclusive as religiões, quando compreenderem que o verdadeiramente sagrado é o natural. Não o sobrenatural.

         Com ou sem religião, há no ser humano uma vocação natural
       para o bem, para a ética, para o justo, para o progresso

Milton Medran Moreira
Advogado e jornalista, presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre

Artigo publicado no Jornal ZERO HORA de Porto Alegre em 23 de setembro de 2012

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

CCEPA NA MÍDIA


EDUCAÇÃO - A ALMA DA SOCIEDADE

         Todos nós que escrevemos para jornais da RBS fomos convidados a participar da campanha “A Educação precisa de respostas”.  Literalmente, vestimos a camiseta. Quanto a mim, vou guardar a foto que fiz para a campanha como parte de meu modesto currículo. Se quiserem, podem até colocá-la em meu túmulo. Se é que terei túmulo. Prefiro ser cremado. De meu corpo, aliás, façam o que quiserem. Quero mesmo é levar para a outra dimensão da vida o único patrimônio que, por lá, tem valor: o que aprendi e fiz de bom nesta encarnação.
 A vida terrena é uma escola para o espírito. Aprendemos uns com os outros. Todos temos algo a ensinar e aprender. Allan Kardec, que era um pedagogo, definiu a educação como “a arte de formar caracteres”, ou “o conjunto de hábitos adquiridos”. Outro escritor do Século 19, J.K Chesterton, disse que “a educação é simplesmente a alma de uma sociedade a passar de uma geração para a outra”.
A RBS lança a campanha no exato momento em que Estado e sociedade buscam soluções para a grave questão penitenciária. Presos superlotam as cadeias. Já não se sabe o que fazer com eles. Com o avanço da criminalidade, não se vislumbram soluções a curto prazo. Reeducar certos delinquentes é tarefa difícil. Não é fácil remover hábitos adquiridos. Pitágoras, um filósofo da Antiguidade, sabiamente recomendava: “Educa a criança e não precisarás punir os adultos”. Ele sabia que não há obra mais valiosa que a educação. É, sim, a alma da sociedade transmigrando de geração a geração.
Já perdemos tempo demais. É hora de se dar respostas. Para que as próximas gerações não sofram o que padecemos hoje.

Milton Medran Moreira
Crônica publicada no jornal "Diário Gaúcho" de 04 de setembro de 2012.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

XXI CONGRESSO - Santos

UM CONGRESSO PARA ESPIRITUALISTAS LIVRE PENSADORES

"Se acreditarmos em qualquer religião, isso é bom. Porém, mesmo sem uma crença religiosa, podemos nos arranjar.                             
Se quisermos acreditar, ótimo! Se não quisermos, tudo bem. É que existe um outro nível de espiritualidade.

 É o que chamo de 'espiritualidade básica' - qualidades humanas fundamentais de bondade, benevolência, compaixão, interesse pelo outro. Quer sejamos religiosos, quer não sejamos, esse tipo de espiritualidade é essencial.                                                                     
 Eu particularmente considero esse segundo nível de espiritualidade mais importante, porque, por mais maravilhosa  que seja uma religião específica, ainda assim ela só será aceita por uma parte da humanidade.

No entanto, enquanto seres humanos, enquanto membros da família humana consciente, todos nós precisamos desses valores espirituais básicos. Sem eles, a existência humana é difícil, é muito árida". (Dalai Lama)

 Você concorda com o pensamento de Dalai Lama?
A espiritualidade que pode emanar de cada um é mola propulsora para transformar pessoas e a sociedade, independente de religiões?
Terá a reencarnação influência no comportamento humano? Somos os que pensamos hoje ou influenciados por vivências múltiplas? 
Essas e muitas outras questões poderão ser discutidas em breve no XXI Congresso Espírita Pan-Americano, um encontro de alto nível com participação de pesquisadores e estudiosos do espiritismo das Américas e da Europa.
Você não pode perder. De 5 a 9 de setembro, na Universidade Santa Cecília, uma programação que mescla estudo, lazer, cultura e momentos inesquecíveis de confraternização.

Veja detalhes na página oficial: http://www.congressocepa2012.com.br/

 Inscreva-se. Contamos com sua participação.

terça-feira, 3 de julho de 2012

CCEPA NA MÍDIA


Artigo publicado no jornal Zero Hora de Porto Alegre em 03/07/2012
Como Pilatos no Credo
Milton Medran Moreira
Advogado e jornalista, presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre

Em recente estada na Bahia, comentei com um motorista de táxi detalhe que me chamara atenção nas bancas do Mercado Modelo. Em outros tempos, quase todas elas eram decoradas com orixás e símbolos do candomblé. Ao contrário, agora, senão a maioria, muitas delas privilegiam a presença de Bíblias, salmos e letreiros do tipo "Só Jesus salva".
O taxista me confirmou: a Bahia estava se tornando evangélica. Mas, ele não. Continuava católico e devoto dos orixás, assim como tinham sido Mãe Menininha e tantas outras expressões da religiosidade baiana. Sentindo meu interesse pelo tema, logo foi me perguntando: "E o senhor é católico?". "Não" - lhe respondi -,  "sou espírita." - "Católico e espírita é tudo a mesma coisa" - sentenciou o motorista, passando para outro assunto.

A recente divulgação dos resultados do Censo, relativamente às crenças no Brasil, parece confirmar um interessante fenômeno sociológico e antropológico que acontece entre nós: religião mesmo, no sentido de fé pessoal em dogmas e verdades eternas e imutáveis, só existe uma que cresce entre nós, a evangélica, nas suas múltiplas denominações pentecostais e neopentecostais. Todo o resto está subsumido num riquíssimo caldo de cultura, onde se desenvolve um espiritualismo abrangente, pluralista, não necessariamente religioso, mas aberto à busca de um novo entendimento acerca de Deus, do universo e do espírito. Temas, aliás, bem mais filosóficos do que religiosos.

A partir daí, parece-me correto concluir que o povo brasileiro se divide, hoje, em dois grandes blocos: os religiosos, representados majoritariamente pelos evangélicos; e os laicos, que, mesmo não se autodenominando como tais, assumem, na prática, uma postura livre-pensadora, aberta, plural e alteritária nas questões alusivas à espiritualidade.
Nesse sentido, talvez tivesse razão meu interlocutor baiano: católicos e espíritas são a mesma coisa, mesmo que as religiões das quais se digam adeptos preguem fundamentos teológicos e espiritualistas bem diferenciados. Sem que nem sempre eles próprios se apercebam, tornam-se cada vez menos religiosos e mais livre-pensadores. Na prática, isso reforça a existência de uma diáspora entre religião e espiritualidade. Pouco a pouco, a espiritualidade deixa os templos para habitar o coração e a mente das pessoas livres.

No que diz com o espiritismo, era exatamente assim que o pensava seu fundador, Allan Kardec (1804/1869). Jamais o concebeu como uma religião, mas como uma área de estudo que teria como objeto o "espírito". Do conhecimento gerado por esse tipo de estudo, pesquisas e experiências, admitia defluiriam consequências de ordem ética. Isso, no entanto, não o confundiria com a moral religiosa, historicamente conflitante com o humanismo, o pluralismo e o progresso da humanidade.

Por tudo isso, e mesmo que o espiritismo apareça no censo do IBGE como a terceira "religião" que mais cresceu no país (passando de 1,3% da população para 2%), penso que ele entra, nessa e noutras pesquisas sobre religiões no Brasil, como Pilatos no Credo, isto é, meio fora de contexto. Prefiro somá-lo aos 8% de brasileiros que se declararam "sem religião", assim como aos milhões de católicos e livre-pensadores já não mais comprometidos com os dogmas de sua cultura ou tradição religiosa. Na grande maioria, somos profundamente crentes nas potencialidades infinitas do espírito humano, no seu progresso e na sua evolução, além dos limites da matéria, regido por leis cósmicas inteligentes, emanadas de uma causa primeira, suprema inteligência do universo. Isso nada tem a ver com religião e muito menos com as correntes religiosas que mais crescem no Brasil.

sábado, 28 de abril de 2012

CCEPA EM SANTA MARIA


INTERCÂMBIO CCEPA-ESTUDO E CARIDADE

Como parte das comemorações do 85º aniversário da S.E. Estudo e Caridade, de Santa Maria, o presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, Milton Medran Moreira, esteve naquela instituição, na noite de 26 de abril, proferindo palestra sobre o tema "Espiritismo e Direitos Humanos".
Na oportunidade, Medran saudou dirigentes e trabalhadores da instituição aniversariante, mantedenora da obra social Lar de Joaquina, destacando a histórica ligação daquela casa com o Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
O novo auditório, recentemente construído, da tradicional casa espírita santamariense esteve lotado para a conferência.
Na programação de aniversário de Estudo e Caridade, entre outras atividades doutrinárias, o físico e escritor gaúcho Moacir de Araújo Lima fez conferência, na noite de 13 de abril, sobre o tema "Ciência e Espiritualidade". José Dorneles Budó, ex-presidente da Estudo e Caridade e Delegado da CEPA em Santa Maria, falou, na noite de 21 de abril, sobre "Laicismo e Espiritismo".
Neste sábado, 28 de abril, um animado jantar dançante, com mais de 400 participantes, encerra as solenidades comemorativas ao 85º aniversário da entidade que, recentemente, concluiu as obras de moderno prédio de três andares para abrigar o Lar de Joaquina, obra social muito cara à comunidade da cidade gaúcha de Santa Maria.

FLAGRANTES DA CONFERÊNCIA DE MEDRAN


quarta-feira, 18 de abril de 2012

CCEPA EM ILÓPOLIS

Foi um domingo de troca de
emoções e experiências.

 Um grupo de cerca de 30 integrantes do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre – CCEPA -, a convite do Grupo de Estudos da Doutrina Espírita de Ilópolis, “a cidade da erva mate"– esteve naquela aprazível comunidade serrana gaúcha.

Recebidos com muito carinho, participaram de um almoço típico italiano, visitaram pontos aprazíveis da cidade e reuniram-se no Museu do Pão para a atividade da tarde: uma conferência de Salomão Jacob Benchaya, Diretor de Estudos Doutrinários do CCEPA, versando sobre “O Que é o Espiritismo”.

Com o pequeno auditório superlotado por interessados no conhecimento espírita das cidades de Ilópolis, Arvorezinha, Anta Gorda, Lajeado e Soledade, a palestra de Salomão foi seguida de interessante mesa-redonda, tendo como provocadores Milton Medran Moreira (CCEPA), Júlio César Giacomini (S.E.Luz e Caridade/Soledade/RS) e Victor Emanuel Cristofari (CCEPA).

Os visitantes ainda foram brindados com um saboroso café colonial, antes de seu regresso a Porto Alegre.

Durante o evento, o Grupo de Estudos de Ilópolis comunicou que será identificado, a partir de agora, como “Grupo Borboletas Azuis”, lembrando a alegoria da borboleta como símbolo da alma humana.


Abaixo alguns registros fotográficos do encontro:




quarta-feira, 11 de abril de 2012

Presidente do CCEPA participa de memorável encontro em Cuba

I Encuentro Espirita
Cuba-Latinoamerica – Um sucesso!

Promovido pela CEPA, com o prestígio de dirigentes e colaboradores das instituições espíritas cubanas “Consejo Supremo Nacional Espiritista de Cuba”, “Sociedad Enrique Carbonell” e “La Voz de los Misioneros de Jesus”, realizou-se, de 29 a 31 de março último, em Havana, Cuba, o I Encuentro Espirita Cuba-Latinoamerica”.
Para o presidente da CEPA, “el encuentro fue muy gratificante, una sorpresa muy agradable e esperanzadora”. Segundo Dante López, “los espiritistas cubanos estaban esperando a CEPA, asi lo manifestaran”, acrescentando: “Creo que tenemos um buen camino para recorrer junto a ellos, tienen mucho para ofrecer y necesidad de material y experiencias que CEPA tiene disponibles”. Em sua conferência de abertura, o presidente da CEPA resgatou fatos históricos envolvendo a CEPA e o Espiritismo cubano, proclamando: “Bienvenida Cuba nuevamente a CEPA!”.
Por sua vez, em mensagem dirigida ao presidente da CEPA, logo após o encontro, Justo Pastor, organizador do evento em Cuba, comovido, declarou: “Aun no salimos de la emoción y alegria que significo que vosotros se sintieran como em vuestra casa. Todos los participantes así me lo manifestaran”. Referindo-se à participação plural de espíritas cubanos no evento, Pastor sugeriu uma maior integração CEPA-Cuba, declarando: “Aunque no los tengamos en el seno de nuestra organización vale la pena tratar con personas sinceras pues exponen sus puntos de vista sin temor y con mucho amor. Seria muy provechoso un recorrido por sus Provincias y Sociedades. Hay que pensarlo.”.
No encerramento do Encontro, receberam credenciais como Delegados Especiais da CEPA em Cuba: Justo Pastor, Yunior Morán e Amália Durán.

domingo, 25 de março de 2012

CCEPA REALIZA CONFERÊNCIA PÚBLICA EM ILÓPOLIS


Uma caravana com cerca de 30 colaboradores do CCEPA organiza-se para um encontro, no próximo dia 15 de abril, com os companheiros do Grupo de Estudos Espíritas de Ilópolis, a simpática cidade da erva mate,

O ponto culminante do encontro será a conferência pública proferida pelo economista Salomão J. Benchaya, Diretor de Estudos Espíritas do CCEPA, no auditório do histórico Museu do Pão, seguida de um debate com o público presente sobre a identidade, significado e consequências do conhecimento espírita.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

MILTON MEDRAN MOREIRA E ELOÁ BITTENCOURT INICIAM NOVO PERÍODO ADMINISTRATIVO NO CCEPA

Em cerimônia singela realisada na noite de 2 de janeiro foi empossada a Diretoria responsável pela  administração do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre até o final de 2013.
Na ocasião, além da palavra do Presidente eleito e de sua Vice, pronunciaram-se os associados Maurice Jones, Salomão Benchaya, Ubirajara Fauth e Victor Christofari enaltecendo as qualidades dos empossados e almejando sucesso na tarefa de sustentar e ampliar o esforço da instituição  na divulgação de uma visão livre pensadora e progressista do Espiritismo.


domingo, 22 de janeiro de 2012

REVISTA ESPÍRITA HISTÓRICA E FILOSÓFICA nº 19 EM PDF

Amigo assinante

O ano de 2011 foi muito importante para nossa revista. Além de alargarmos nossas relações pelo crescente número de assinantes, completamos um ciclo exitoso de 12 números em formato digital.
Neste número você encontrará um ótimo artigo de Humberto Schubert Coelho, onde o autor reflete sobre a importância de Kant para pensar o espiritualismo.
Recolhemos um trecho de obra de Guizot, A Igreja e a sociedade cristã em 1861, publicado por Allan Kardec em dezembro de 1861 com o título O Sobrenatural.
A revista apresenta também uma resenha feita por Cristian Macedo da belíssima HQ “Kardec”, escrita por Carlos Ferreira e desenhada por Rodrigo Rosa, quadrinistas gaúchos.
Não esqueça de renovar sua assinatura, pois em 2012 muitas reflexões e pesquisas sobre o Espiritismo estarão em nossas páginas!
Maria Carolina Gurgacz

A conta para depósito é:
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Agência 0478 - Conta poupança: 013.00006084-6 
  


sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal simplesmente humano
“Tinha fugido do céu. Era nosso demais para fingir de segunda pessoa da Trindade.”      (Fernando Pessoa)

Pesquisadores que se ocupam de Jesus histórico já chegaram a alguns consensos. Por exemplo: Jesus não teria nascido em Belém, mas em Nazaré. O 25 de dezembro não foi o dia de seu nascimento. A data, que marca, no Hemisfério Norte, o ponto alto do solstício de inverno, servia para homenagear o deus Sol, personificado em várias divindades da Antiguidade.

Para compor o grande sincretismo religioso do Ocidente, o cristianismo assimilou diversas tradições dos povos por ele tidos como pagãos. Vale recordar: em quase todas as culturas nas quais se inspirou existia o mito do parto, por mãe virgem, de um deus; sua imolação para pagar os pecados do mundo e a ressurreição, ao terceiro dia. Exatamente como nos relatos bíblicos sobre Jesus.

As festas cristãs, pois, a começar pelo Natal, a mais terna de todas, estão impregnadas de antigas mitologias, incorporadas pela cristandade a seu calendário de efemérides. Sendo assim, cabe perguntar: que significado podem ter tais festividades para o não crente? Se Jesus não é Deus; se não é, como creem os cristãos, o salvador da humanidade; se não foi concebido pelo Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade; se os episódios miraculosos contidos nos relatos evangélicos são apenas ressignificações mitológicas, o que sobra, então, de Jesus, esse personagem que dividiu a História entre antes e depois dele?

Sobra, exatamente, seu humanismo, tecido de elevado amor ao semelhante. Sobram as lições magnânimas de fraternidade, de entrega incondicional, de solidariedade, de compaixão, de alteridade, de firme consciência da igualdade essencial entre todos os seres humanos, independentemente de crença, cultura, etnia, sexo, posições políticas e sociais. E se tantas qualidades são encontráveis nesse personagem da História, mesmo se o considerando nada mais que humano, há sobradas razões para festejar a data convencionalmente tida como de sua chegada a este planeta. Até porque dele se tornou, quem sabe, o maior dos benfeitores.

Diversamente do que às vezes se diz, não é preciso festejar o Natal religiosamente para se conferir à efeméride um significado não materialista, profundamente espiritual e motivador de saudável confraternização, pacificação, tolerância, perdão e louvor à vida. Nesse sentido, se o Natal não existisse, seria preciso inventá-lo, fosse o nome que, então, lhe déssemos. Homens e mulheres de todas as culturas reservam datas para a solene celebração do amor a seus caros, da troca recíproca de afagos e dádivas materiais e espirituais. No calendário cristão, essa efeméride coincide com o final de ano. É, pois, além de tudo, tempo de agradecer pelo dom da vida prestes a se renovar, projetando um novo período de aprendizado e conquistas.

O Natal é, assim, festa de todos. De crentes e não crentes. Cristãos ou não. E é isso que lhe confere indizível magia. Para muitos, milagre da fé. Para a maioria, entretanto, expressão mais cara e sublime de nossa condição humana, circunstância que a todos iguala e nos faz genuinamente irmãos.

Se bem percebermos, está aí a mais pura essência da espiritualidade: reconhecermo-nos como iguais, porque dotados de humana consciência, um valor não mensurável materialmente e, no entanto, mais concreto que a fé e mais sólido que os mitos, porque ancorado na real dimensão do espírito. 

Milton Medran Moreira
Artigo publicado no jornal ZERO HORA de Porto Alegre em 24/12/ 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ASSEMBLEIA GERAL ELEGE NOVO PRESIDENTE DO CCEPA

Em obediência ao Estatuto da instituição a Comissão Eleitoral, representada pela associada Eva Samá Rodrigues, presidiu, na noite de 12/12/2011, a Assembleia  de associados que elegeu por unanimidade Milton Medran Moreira  e Eloá Popoviche Bittencourt  para assumirem a presidência e vice-presidência do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre no biênio de 2012/2013.
 Na ocasião manifestaram-se sobre o ato e sua importância na história da instituição, o Presidente e a Vice eleitos e também o associado Maurice Jones e o Presidente Rui Nazário de Oliveira que, de forma brilhante vai encerrando seu mandato.

A posse dos eleitos e da nova Diretoria Administrativa ocorrerá no próximo dia 2 de Janeiro de 2012 na sede do CCEPA.
Na foto o Presidente eleito Medran, a Presidente da Assembleia Eva Samá Rodrigues e a Vice Presidente Eloá Bittencourt.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ALCIONE E SALOMÃO REELEITOS NA CEPABrasil


Por ocasião do XII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita (Santos/SP, 11 a 14/11/11), foram reeleitos para a presidência e vice-presidência da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA, respectivamente, os companheiros Alcione Moreno (São Paulo) e Salomão Jacob Benchaya (Porto Alegre).
A Assembleia Geral, foi realizada na noite de 12 de novembro, quando, por unanimidade, ficou constituída a seguinte Diretoria para o biênio 2011/2013:
Presidente: Alcione Moreno; Vice-presidente: Salomão Jacob Benchaya; Secretário: Homero Ward da Rosa; Tesoureira: Maria Luiza Rossi. O Conselho Fiscal eleito é composto pelos associados Margarida da Silva Nunes, Homero, Delma Crotti e Eva Gonçalves Alves. Suplentes do Conselho Fiscal: Vital Cruvinel, Geraldo Spinola e Mauricy Antônio da Silva (foto).
No final da Assembleia, saudando os novos dirigentes, o Delegado da CEPA em Guarujá/SP, Ricardo Nunes fez menção especial ao trabalho desenvolvido pela gestão que finda. Para ele, faz-se inteira justiça em reconduzir Alcione ao cargo de presidenta, pois ela, como ninguém, reúne duas qualidades fundamentais: competência e afabilidade.

Jaci, o grande homenageado do Simpósio
Com a presença e participação ativa de cerca de 100 pensadores espíritas de diferentes Estados do Brasil, e tendo a participação de uma delegação argentina composta por Dante López, Gustavo Molfino, Raúl Drubich e Claudio Drubich (todos integrantes da Diretoria da CEPA), o XII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita foi marcado pela emoção e por muitas homenagens a Jaci Regis, criador do evento.
O Instituto Cultural Kardecista e a família Regis, organizadores do Simpósio, ratificaram a disposição de dar seguimento a esse importante evento que se realiza de dois em dois anos com importantes contribuições ao progresso das ideias espíritas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A MORTE ANTE O ENIGMA DA VIDA

A morte é provavelmente a maior invenção da vida. Steve Jobs

     A morte do bem-sucedido empreendedor norte-americano Steve Jobs, mês passado, acabou por resgatar aspectos interessantíssimos de sua vida. A ampla divulgação de um discurso por ele pronunciado em 2005 a formandos da Universidade de Stanford revelou seu profundo discernimento acerca do fenômeno da vida e da morte. Contou que ao se saber portador de um câncer de que foi acometido ainda relativamente jovem, decidiu pôr em prática o ensinamento de que se deve viver cada dia como se fosse o último da vida. Lembrando que ninguém quer morrer, mesmo aqueles que acham que vão para o Paraíso, seu discurso, no entanto, sugere que a morte deve ser tema de reflexão diária, além de estímulo a uma vida correta e útil.

     Antes de Jobs, importante filósofo patrício seu, George Santayana, escreveu que o verdadeiro valor de uma filosofia deve ser medido pela forma como ela encara a morte, Talvez esteja aí a razão pela qual a filosofia espírita, busque, legitimamente, entre nós, assumir merecida relevância cultural e social . Como costumava dizer o insigne escritor, orador e pesquisador espírita brasileiro, Henrique Rodrigues, à luz da filosofia espírita, morte não é o contrário de vida. Se quisermos buscar um antônimo para morte, poderemos encontrá-lo no termo nascimento, pois, na verdade, tanto este como a morte são meros episódios inerentes à vida.          

     Pensar a vida no contexto de uma filosofia dinâmica e evolucionista é, mais do que vê-la apenas como continuação da vida, tal qual pregam as religiões. É contemplá-la dialeticamente como nascimento-morte-renascimento, etapas da necessária e permanente renovação do espírito. Nesse sentido, foi, igualmente, precisa a mensagem deixada por Steve Jobs aos universitários de Stanford, aos definir a morte como “o agente de mudanças da vida”, na medida em que “remove o velho e abre caminho para o novo”.

     Enfim, é preciso convir que nada é inútil na vida. Tudo tem seu lugar e significação, muito embora, na posição em que, eventual e provisoriamente, nos encontremos, nem sempre possamos avaliar a importância de um evento. Não é diferente com a morte. O ser humano só poderá aquilatar sua significação quando estiver em condições de decifrar o ainda, para a maioria, enigmático fenômeno da vida.

Milton Medran Moreira  
Advogado e jornalista. Diretor do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
(Artigo publicado no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, em 1º.11.2011)

sábado, 1 de outubro de 2011

UMA FOGUEIRA QUE FEZ HISTÓRIA

Allan Kardec nasceu em 4 de outubro de 1804. Há 207 anos, completados ontem. Ele não foi, como pensam alguns, fundador de uma nova religião. Sistematizou o espiritismo como uma ciência de consequências filosóficas e morais. A moral adotada pelo espiritismo inspira-se inteiramente nos ensinos de Jesus. Não sendo uma nova igreja cristã, tem, entretanto, o Homem de Nazaré, como mestre, modelo e guia para toda a humanidade.
          Por isso, não faz sentido a perseguição que já sofreu, e, em certos meios, continua sofrendo a doutrina espírita, de parte das igrejas cristãs. A propósito, no domingo, 9 de outubro, se estará recordando um triste episódio que passou à História como o nome de Auto-de-Fé de Barcelona. No ano de 1861, por ordem do bispo daquela cidade espanhola, foram queimados em praça pública, numa cerimônia religiosa, com a participação de um padre e um escrivão, mais de 300 volumes de obras espíritas que uma livraria local mandara buscar de Paris.
     Naquele tempo, na Espanha, a Igreja tinha autoridade para censurar os livros que considerasse perniciosos. O decreto, então assinado pelo bispo, dizia: “Sendo os livros contrários à fé católica, o governo não pode permitir que eles venham a perverter a moral e a religião”.
     Allan Kardec, na oportunidade, escreveu: “Podem se queimar livros, mas não se queimam ideias”. De fato, as ideias espíritas, desde então, têm prosperado muito, tanto na Europa como na América, inclusive na Espanha. Quanto mais estudado, melhor o espiritismo é compreendido na sua verdadeira natureza de ciência e filosofia libertadora. O progresso do espírito se dá, segundo propõe, através do conhecimento e do amor.

 Não foi isso que ensinou Jesus?

Milton Medran Moreira
Crônica publicada no jornal Diário Gaúcho em 4 de outubro de 2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CEPABrasil NA "PRIMAVERA DA SAÚDE" EM BRASÍLIA


A manifestação ocorrida no dia 27 de setembro em Brasília visando a aprovação do projeto que regulamenta a Emenda Constitucional nº 29, defendido pelo Conselho Nacional de Saúde, contou com a participação entusiasmada de espíritas liderados pela médica Sandra Regisrepresentante da CEPA naquele Conselho.

Segundo Sandra Regis, a participação dos espíritas, identificados pela faixa que portavam, causou  um certo "espanto" nos manifestantes presentes. O grupo foi muito fotografado e Sandra foi convidada a gravar uma entrevista para o Conselho Federal de Psicologia e, como Conselheira do CSN teve o direito de falar ao microfone no carro de som do evento (foto acima), marcando assim a participação ativa da CEPABrasil e dos espíritas.
Os participantes da "Primavera" portavam flores que deveriam ser entregues à Presidente Dilma (foto abaixo).
Em defesa do SUS o CNS defende a regulamentação da EC 29 para que os recursos aplicados nas ações e serviços de saúde não sofram "desvio de finalidade", visto que a lei definirá o que poderá ser considerado como tal.

sábado, 10 de setembro de 2011

ENTRE A MODERAÇÃO E O PECADO

            Dia 29 de agosto. Estávamos em Istambul, Turquia. Era o último dia do Ramadã, em que os muçulmanos fazem jejum diariamente. Algo como a Semana Santa dos cristãos.
          Naquela noite, o povo estava todo na rua. As casas que vendem iguarias feitas de amêndoas, pistaches, mel e outras delícias da região regurgitavam de gente. O jejum estava terminando. Nos dias seguintes, as famílias se visitariam para saborear os tradicionais doces turcos. Durante os dias em que ali estivéramos, nos chamou atenção a enorme frequência de populares às mesquitas. Ficavam horas fazendo orações. Em volta das mesquitas, gente deitada nos bancos, com ar sofrido. Tinham de passar o dia todo sem comer, sem fumar, sem fazer sexo, sem beber, até água. Só à noite quebrariam levemente o jejum para recomeçá-lo no outro dia. Assim, foi por um mês inteiro. Agora a penitência terminava. É tempo de comer, de beber, de gozar tudo aquilo a que renunciaram por quatro semanas.
          Todas as grande tradições religiosas impõem períodos de abstinências e penitências a seus fiéis para lhes ensinar a dominar as paixões. Os gozos da vida levam ao pecado, dizem. Será? Só se não encontramos ainda o caminho da moderação, do equilíbrio.
          De repente, a Praça Taxsim, onde estávamos, é invadida por viaturas de onde descem dezenas, centenas de policiais fortemente armados que se espalham pelo centro da cidade: “Algum atentado?”, pergunto. “Não”, me responde um popular: “As pessoas hoje bebem muito, e precisam ser vigiadas”.  Pergunto a mim mesmo: terá valido a pena sacrificarem-se por tantos dias para, depois, se entregarem aos excessos?
Milton M. Moreira
Crônica Publicada no jornal Diário Gaúcho em 13/09/2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ENTREVISTA EXCLUSIVA DE MILTON MEDRAN MOREIRA AO SITE PENSE








O Diretor do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre - CCEPA  concedeu entrevista  ao site Pense - Pensamento Social Espírita abordando o tema: 'O Espiritismo e as Questões do nosso Tempo".


Para acompanhar  o pensamento do ex Presidente da Confederação Espírita Pan-Americana visite o site no seguinte endereço: http://www.viasantos.com/pense/arquivo/1347.html

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A SUBSTÂNCIA E A ESSÊNCIA


                Meu dileto amigo e colega Mário Cavalheiro Lisbôa sustenta que, “nesta vida ninguém muda” (“A conduta humana” - ZH 5/6). Mas, ressalva referir-se à “substância da pessoa”. Talvez tenha razão o Mário.  Tanto quando fala “nesta vida”, quanto ao aludir à “substância”.
                Quem é pai, quem é educador, quem vislumbra nos mecanismos da justiça alguma perspectiva de recuperação ou ressocialização de um delinquente, sabe. É muito difícil lidar com certas tendências humanas. Há pessoas que parecem resistir a vida toda a qualquer tentativa de transformação comportamental ou ética. A palavra não os convence, os exemplos não os atingem e a própria punição não os intimida.
                Dizer que fatores genéticos são determinantes de suas vidas, que, ao nascerem, já se acha plasmada, em definitivo, sua personalidade e, com ela, suas tendências para o bem ou para o mal, para o amor ou o ódio, para a solidariedade ou o egoísmo, para a criminalidade ou a ordem, será aceitarmos a irreversível ditadura dos genes.
                Há, talvez, uma forma de nos rebelarmos contra esse aparente determinismo genético que faz terra arrasada a todos os esforços pedagógicos, empreendidos milenarmente pelos mecanismos da educação e da justiça, na história evolutiva e civilizatória da humanidade. A forma será, quem sabe, admitirmos que somos mais do que substância. Que por de trás dos genes, há uma essência que com eles interage e da qual a própria genética é apenas um efeito, uma substância provisória. E que também a cultura, outro fator sempre levado em conta na formação dos hábitos e comportamentos humanos, é plasmada por essa essência. As religiões a chamam de alma, as filosofias espiritualistas preferem o termo espírito, mas podemos todos nos entender se a denominarmos simplesmente consciência.
                Sob uma ou outra denominação, praticamente todos a reconhecemos como a própria essência do ser humano e como patrimônio imaterial que plasma a história da humanidade.  Já é tempo de refletirmos sobre ela dissociada e liberta dos genes e dos neurônios, para que se abram caminhos outros capazes de superar o inconciliável dualismo religião/materialismo.
                Talvez por esse caminho reconheçamos que é possível, sim, mudar. Que muito já mudamos e que, individual e coletivamente, temos imenso potencial de transformação. O que talvez seja difícil é a percepção dos efeitos práticos dessas mudanças no tempo e no espaço em que nos movimentamos enquanto substância. Talvez aí tenha o Mário um pouco de razão, ao dizer que “nesta vida, ninguém muda”. É preciso, assim mesmo, investir na mudança e crer no efeito transformador da educação, da palavra e do exemplo.
 Na infinita trajetória da consciência, o futuro tem a amplitude da essência. E, por isso, rompe e supera as barreiras da substância e os limites da existência. Viver é mais que existir.    
   Milton Medran Moreira    
 Procurador de Justiça aposentado. Diretor do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
Artigo Publicado no jornal ZERO HORA de Porto Alegre em 06/07/2011