quinta-feira, 24 de abril de 2014

FÉ E RAZÃO

A natureza sintética do Espiritismo, tão bem destacada por Leon Denis, torna-se evidente no conceito de “fé raciocinada” que Kardec incorporou ao pensamento espírita.
A visão dinâmica e livre pensadora oferecida pelo Espiritismo nos convida enfaticamente a superar dialeticamente o conflito entre a postura de submissão alienante do fideismo e a arrogância racionalista, com aquilo que José Herculano Pires chamou de fideismo-crítico, ou seja, a nossa fé raciocinada.

Analisando o aparente paradoxo desta expressão na obra A Revolução da Esperança, o psicanalista Erich Fromm diz que a fé é irracional quando é submissão a determinada coisa que se aceita como verdadeira independentemente de sê-lo ou não. O elemento essencial desta fé é o seu caráter passivo. Já a fé racional refere-se ao conhecimento do real que ainda não nasceu; baseia-se na capacidade de conhecimento e compreensão que penetra a superfície e vê o âmago. A fé racional, continua ele, não é previsão do futuro; é a visão do presente num estado de gravidez; é a certeza sobre a realidade da possibilidade.
Sintetizando o modo pelo qual o Espiritismo aborda o problema da fé, poderíamos dizer, parafraseando Herbert Spencer, que “existe uma alma de razão nas coisas da fé e uma alma de fé nas coisas da razão”.
                                                              Maurice H. Jones                                                         
                                                                     Trecho de artigo divulgado em 2002

sábado, 12 de abril de 2014

EVOLUÇÃO



ASSIM FALOU LÉON DENIS
Uma poderosa unidade rege o mundo: uma só substância, o éter ou fluido universal constitui, em suas transformações infinitas, a incontável variedade de corpos. Este elemento vibra sob a ação das energias cósmicas, e gera, segundo o número e a velocidade das suas vibrações, o calor, a luz, a eletricidade, o fluido magnético: quando estas vibrações se condensam então os corpos aparecem.
Léon Denis
E todas estas formas se concatenam, todas estas forças se equilibram, se fundem com perpétuas trocas, em estreita solidariedade. Do mineral à árvore, da árvore ao animal e ao homem, do homem aos seres superiores, a depuração da matéria, a ascensão da força e do pensamento se faz com ritmo harmónico; uma lei soberana regula, uniformemente, as manifestações da vida, enquanto um liame invisível une todos os universos e todas as almas.
Aspiração para o infinito, para o perfeito, exala do trabalho de todos os seres e de todas as coisas: mesmo as causas, aparentemente divergentes, convergem na realidade para um mesmo centro, todos os efeitos coordenam-se para um só fim, evolvem para um só escopo Deus,  centro de toda atividade, fim derradeiro de todo pensamento e de todo amor!

Depois da morte
HEMUS - Livraria  Editora Ltda.

A vida eterna... dormita na matéria bruta, acorda na matéria orgânica, adquire atividade, se expande e se eleva no espírito".
O Problema do Ser do Destino e da Dor
FEB - 16ª  Ed. (Pg. 63)

Na planta a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem, acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; a partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis eternas".

O Problema do Ser, do Destino e da Dor
FEB - 16ª Ed.  (Pag. 123)

Léon Denis
(Foug, 1 de janeiro de 1846 - Tours, 12 de Abril de 1927) foi um filósofo, médium e um dos principais continuadores do espiritismo após a morte de Allan Kardec, ao lado de Gabriel Delanne e Camille Flammarion. Fez conferências por toda a Europa em congressos internacionais espíritas e espiritualistas, defendendo ativamente a ideia da sobrevivência da alma e suas consequências no campo da ética nas relações humanas.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

ASSIM FALOU KARDEC



LIVRE PENSAR
Em sua concepção mais larga, o livre pensamento significa: livre exame, liberdade de consciência, fé raciocinada. Simboliza a emancipação intelectual, a independência moral, complemento da independência física. Não quer mais escravos do pensamento, quanto não os quer do corpo, porque o que caracteriza o livre pensador é que pensa por si mesmo e não pelos outros; em outros termos, sua opinião lhe é própria. Assim, pode haver livres pensadores em todas as opiniões e em todas as crenças. Neste sentido, o livre pensamento eleva a dignidade do homem fazendo dele um ser ativo, inteligente, em vez de uma “máquina de crer”.

Allan Kardec
Revista Espírita - Fev. 1867 - pg. 38