quinta-feira, 16 de setembro de 2010

NOSSO LAR

.
No momento em que escrevo esta crônica, o filme “Nosso Lar” bate todos os recordes de bilheteria. Nos primeiros dez dias de exibição, foi assistido por mais de 1,6 milhão de pessoas. No instante em que você lê esta coluna, milhares de espectadores terão ampliado bastante esse número. Um sucesso, como já ocorrera antes com a película sobre a vida de Chico Xavier.
Que fenômeno é esse que leva tanta gente a se interessar por produções com temáticas espíritas, como é o caso de “Escrito nas Estrelas”, da Rede Globo? Não é apenas um fenômeno brasileiro. Basta recordar o êxito de “Ghost” e outras tantas produções americanas que tratam da vida depois da vida e da possibilidade de comunicação com espíritos. Tanto assim que “Nosso Lar” já figura como possível candidato ao Oscar de filmes estrangeiros.
Nossa consciência sobrevive à morte? Para onde vamos, então? De onde estivermos poderemos nos comunicar com aqueles que aqui estão? Por séculos, essas questões estiveram aprisionadas nos dogmas religiosos. A ciência delas não tratava. As religiões fecharam-nas no quarto escuro do mistério e guardaram a chave. Hoje, pesquisas avançadas sobre sobrevivência do espírito, comunicação e reencarnação rompem o mistério. Na outra ponta, a sensibilidade humana viaja, conduzida pela intuição, pelos amplos caminhos do sonho e da ficção. Nada mais fiel que a arte para retratar as profundas verdades que moram na alma humana. Os artistas são os precursores dos avanços e descobertas humanas. Ontem, eram os grandes pintores, os romancistas e os poetas. Hoje, se juntam a eles as produções do cinema e da televisão. É a arte imitando a vida. A verdadeira vida. A vida da consciência. A vida do espírito!
Milton Medran Moreira
Crônica publicada no jornal Diário Gaucho de Porto Alegre