segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

JACI REGIS - 1932/2010


Aos 78 anos de idade desencarnou hoje, dia 13 de dezembro de 2010, na cidade de Santos-SP, o escritor, jornalista, psicólogo  e extraordinário líder espírita Jaci Regis.
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Dotado de personalidade marcante, polêmica  e corajosa, foi um dos principais inspiradores  do movimento de renovação que abalou o espiritismo brasileiro nos últimos trinta anos. O jornal Abertura e o Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita por ele criados estimularam toda uma geração de espíritas e simpatizantes  que multiplicaram ações para possibilitar  o surgimento de um espiritismo de janelas abertas.  Cessa a vida física mas o exemplo e a obra deste querido companheiro permanecerão, encorajando os que foram tocados pelo seu amor ao espiritismo

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

COMEMORAR, AGRADECER E RETRIBUIR

 É tempo de comemorar e comemorações são sempre ruidosas. Difícil recolher-se ao silêncio, nesta quadra tão agitada do ano. E, no entanto, mais do que nunca, é tempo de empreender a silenciosa viagem para dentro de nós mesmos. Porque também é tempo de agradecer, e a alma, quando agradece, quer fazê-lo silenciosamente.
 O ano não foi exatamente como queríamos? Entretanto, se fizermos o balanço, com certeza concluiremos ter recebido bem mais do que demos. Muitas de nossas conquistas fomos buscá-las no amplo reservatório acumulado lá no fundo da alma. Ali estão preciosas reservas deixadas por nossa própria experiência, juntamente com outras depositadas por terceiros em nosso favor. Poupanças a serem utilizadas quando delas necessitássemos. Muitos daqueles depositantes não estão mais conosco. Alguns deles podemos identificar pelo nome. Ou pela forma carinhosa como os chamávamos: papai, mamãe, mano, amigo...Talvez um mestre que nos legou lições de vida  importantes para a hora da crise. O momento é próprio para chamá-los todos ao nosso convívio, pela lembrança carinhosa em forma de prece.
Há outros, a maioria, que não estiveram conosco nesta jornada. Talvez nem saibamos seus nomes.  Mas, quantos benefícios nos legaram! A respeito deles, Albert Einstein disse certa vez: “Cem vezes, todos os dias, lembro a mim mesmo que minha vida interior e exterior depende dos trabalhos de outros homens, vivos ou mortos, e que devo esforçar-me a fim de devolver na mesma medida em que recebi”.
A vida é uma imensa rede de solidariedade que a alimenta e faz sua riqueza. Razões para comemorar, agradecer e retribuir.
 Milton Medran Moreira 

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

NO DIA DA CRIANÇA

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Quem é pai ou mãe sabe. Quem as educa e convive com elas também sabe. Crianças são surpreendentes. Inteligentes, amorosas, enchem de alegria a vida da gente. Mas, cá para nós, às vezes, são agressivas, invejosas, violentas. Algumas parecem trazer, no fundo da alma, tendências destrutivas. Não dizemos que são más. Preferimos afirmar que têm índole difícil. Normalmente as descrevemos como seres inocentes que ainda não conheceram o bem e o mal. Mas, contraditoriamente, desde cedo, identificamos nelas bons ou maus sentimentos. Alguns desses sentimentos crescem com elas. Poderão fazer delas cidadãos de bem, educados, prestativos, honestos. Ou, quem sabe, transformarão as crianças de hoje nos bandidos, corruptos ou desajustados de amanhã.
                Dizer que já nascem prontas não é certo. Mas também não é correto afirmar que nasçam inocentes. Recomeçam, ao nascer, a vida que interromperam em experiência anterior. Onde renascerem, encontrarão alternativas para sua evolução. Nós, que recebemos esses espíritos em nosso lar ou na sociedade em que vivemos, influiremos decisivamente em sua trajetória. O exemplo, o afeto, a orientação, os esforços que fizermos em favor deles iluminarão sua caminhada. Mas, os maus exemplos, as atitudes egoístas, desonestas e violentas poderão despertar neles os vícios e más inclinações que agora poderiam dominar.
                Ninguém que por aqui transita é inocente. Somos um somatório de experiências boas e más. A vida é uma aventura. Uma fascinante aventura. Descubra isso hoje olhando nos olhos de uma criança. Talvez vislumbre um pouco de sua alma. Fascinante, como toda a vida humana. Mas dependente, como são todos os espíritos com quem somos convidados a compartilhar a vida.
Milton Medran Moreira - Crônica publicada no jornal Diário Gaúcho em 12/10/2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

NOSSO LAR

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No momento em que escrevo esta crônica, o filme “Nosso Lar” bate todos os recordes de bilheteria. Nos primeiros dez dias de exibição, foi assistido por mais de 1,6 milhão de pessoas. No instante em que você lê esta coluna, milhares de espectadores terão ampliado bastante esse número. Um sucesso, como já ocorrera antes com a película sobre a vida de Chico Xavier.
Que fenômeno é esse que leva tanta gente a se interessar por produções com temáticas espíritas, como é o caso de “Escrito nas Estrelas”, da Rede Globo? Não é apenas um fenômeno brasileiro. Basta recordar o êxito de “Ghost” e outras tantas produções americanas que tratam da vida depois da vida e da possibilidade de comunicação com espíritos. Tanto assim que “Nosso Lar” já figura como possível candidato ao Oscar de filmes estrangeiros.
Nossa consciência sobrevive à morte? Para onde vamos, então? De onde estivermos poderemos nos comunicar com aqueles que aqui estão? Por séculos, essas questões estiveram aprisionadas nos dogmas religiosos. A ciência delas não tratava. As religiões fecharam-nas no quarto escuro do mistério e guardaram a chave. Hoje, pesquisas avançadas sobre sobrevivência do espírito, comunicação e reencarnação rompem o mistério. Na outra ponta, a sensibilidade humana viaja, conduzida pela intuição, pelos amplos caminhos do sonho e da ficção. Nada mais fiel que a arte para retratar as profundas verdades que moram na alma humana. Os artistas são os precursores dos avanços e descobertas humanas. Ontem, eram os grandes pintores, os romancistas e os poetas. Hoje, se juntam a eles as produções do cinema e da televisão. É a arte imitando a vida. A verdadeira vida. A vida da consciência. A vida do espírito!
Milton Medran Moreira
Crônica publicada no jornal Diário Gaucho de Porto Alegre

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

IDENTIDADE DO ESPIRITISMO FOI TEMA DO ENCONTRO DA CEPABrasil

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Embalados pelo lema “gente da boa cepa na terra dos vinhedos”, delegados e amigos da Confederação Espírita Pan-Americana reuniram-se de 3 a 6 de setembro último, nas instalações do Hotel Dall’Onder, na cidade de Bento Gonçalves/RS, “capital brasileira da uva e do vinho”.

O II Encontro Nacional da CEPABrasil foi promovido pela Associação Brasileira dos Delegados e Amigos da CEPA - http://cepabrasil.blogspot.com - e organizado pelo Centro Cultural Espírita de Porto Alegre - http://ccepa.blogspot.com - , com o apoio do Lar da Caridade, de Bento Gonçalves. O evento contou com a presença de cerca de 150 participantes dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Paraíba e Ceará, recebendo, ainda, uma delegação da Argentina, integrada pelo presidente da CEPA, Dante López, e vários outros dirigentes da instituição pan-americana.

A abertura, na noite de sexta-feira (3/9), após belíssima apresentação de balé, a cargo de uma escola de dança da cidade serrana que sediou o evento, constou de uma conferência proferida pelo ex-presidente da CEPA, Milton Medran Moreira, abordando “Espiritismo – dos fundamentos às consequências”.

Nos três dias seguintes, os pensadores espíritas Jaci Regis, Mauro Spínola, Dante López, Jacira Jacinto da Silva, Luiz Signates, Homero Ward da Rosa, Moacir Costa de Araújo Lima, Amely Martins, Ricardo Nunes, Matheus Laureano, Marcelo Henrique Pereira, Ademar Arthur Chioro dos Reis e Adão Araújo, em conferências, painéis e mesas-redondas aprofundaram o tema “identidade do espiritismo”, abordando seus aspectos científicos, sociais, filosóficos e éticos. Todos os temas comportaram debates e trocas de opinião, com a livre manifestação de todos os presentes.

Ao final, em reunião da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA, foi aprovada uma Carta de Posicionamentos da CEPABrasil, pronunciando-se sobre a identidade do espiritismo e abordando temas ligados ao movimento espírita brasileiro. O documento será brevemente levado à publicação. Também foi feito o lançamento oficial do XXI Congresso Espírita Pan-americano, que será realizado no período de 5 a 9 de setembro de 2012, em Santos-SP.

Um jantar de confraternização, com cardápio e espetáculo artístico típicos do Rio Grande do Sul e também a visita a uma vinícola da cidade integraram a programação. No encerramento, foram entregues as credenciais aos novos delegados da Confederação Espírita Pan-americana e outorgado o diploma de adesão à União das Sociedades Espíritas do Estado do Ceará. Usaram da palavra o presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, Rui Nazário de Oliveira e a presidenta da CEPABrasil, Alcione Moreno, agradecendo a participação de todos. Logo após, em clima de muita emoção, entoou-se a canção “Semente do Amanhã”, do Gonzaguinha, previamente ensaiada pela maestrina Sandra Regis, cantada por todos os integrantes do Encontro.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

"SEGMENTO PADRÃO" COMEÇA A SER PERCEBIDO

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Os registros a Francisco Cândido Xavier, na grande imprensa, por ocasião de seu centenário, também consignam a existência de um espiritismo laico e livre-pensador, como contraponto à visão religiosa, assumida pelo médium de Uberaba. Estaria começando a se confirmar a previsão do pensador espírita Krishnamurti de Carvalho Dias sobre a hora e a vez do “segmento padrão”?

Espiritismo “à brasileira”
A antropóloga paulista Sandra Stoll foi entrevistada pelo caderno “Aliás” do jornal O Estado de São Paulo (18/4/10), repercutindo o sucesso do filme “Chico Xavier”, lançado em comemoração ao centenário do médium. Doutora pela USP e autora de livros e trabalhos acadêmicos sobre espiritismo, Sandra, que participou do Congresso da CEPA em Porto Alegre (2.000), descreve Chico como alguém que foi capaz de absorver do catolicismo elementos formadores da “religião espírita”, criando assim um "espiritismo à brasileira”. Para ela, baseado nos princípios e práticas do catolicismo, Chico “instaurou o que podemos chamar de uma ‘ética da santidade’, consolidada em torno da prática da caridade que exerceu por mais de 70 anos e outros valores monásticos, como a pobreza e a castidade”. Mas, a antropóloga ressalta que, ao contrário do que possa parecer, “Chico não representa unanimidade no meio espírita”, pois é questionado por setores mais comprometidos com a “tradição kardecista".

Publicação da Editora Abril liga CEPA ao “espiritismo laico”
“Espiritismo – a trajetória de uma doutrina” foi o título de capa de Aventuras da História, publicação da Editora Abril, em março último. Toda a edição foi dedicada à história do espiritismo, uma doutrina “que se deu tão bem por aqui que surgiram várias ramificações”, escreveu Michele Veronese, redatora da revista. Matheus Laureano, presidente da Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa/PB, entrevistado, salientou: “De alguns anos para cá, novos grupos estão surgindo com uma preocupação maior em estudar o fenômeno espírita pela ótica da ciência”. Segundo ele, “muitas dessas associações se reúnem em congressos e encontros, e são vinculadas à Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA), espécie de guarda-chuva que abarca todas elas e defende o espiritismo laico”.
A publicação relaciona outras tendências que se originaram do espiritismo: ramatismo, divinismo, apometria, racionalismo cristão, transcomunicação, ufologia espírita e umbanda, segmentos que comporiam essa “árvore de muitos galhos”, como é ali classificado o espiritismo.

Apenas uma tendência ou o genuíno “segmento padrão”?
No XVIII Congresso Espírita Pan-Americano (Porto Alegre/outubro 2.000), Krishnamurti de Carvalho Dias, autor de O Laço e o Culto, apresentou trabalho com o título de “A Hora e a Vez do Segmento Padrão” (livro A Cepa e a Atualização do Espiritismo – www.cepanet.org), sustentando que o futuro do espiritismo dependeria de assumir definitivamente esse caráter não-religioso. No livro A Descoberta do Espírito, então lançado, Krishnamurti insiste: “A condição original genuína do Espiritismo é a de ser uma ciência”, e “o que vive sendo repetido sobre ele, de que seria uma religião, não passa de um terrível equívoco de seus adeptos”, ou seja, “um boato, explorado e fomentado por seus adversários, para o neutralizar”.
Dez anos depois, constata-se um significativo avanço, dentro do meio espírita, da concepção de um espiritismo científico, filosófico/moral, resultado de uma postura progressista e livre-pensadora de muitos espíritas. Algumas, ainda escassas, referências a essa tendência começam a aparecer também na grande imprensa, tendo, como pano de fundo, exatamente as homenagens que se prestam ao homem-símbolo do espiritismo religioso. Seria um indício de que, de fato, é chegada “a hora e a vez do segmento padrão”?
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RECORDANDO KRISHNAMURTI

Quando surgiram as primeiras contestações ao aspecto religioso, no chamado movimento espírita “unificado”, muitos afirmaram tratar-se de uma “manobra das trevas”, objetivando acabar com o espiritismo. Krishnamurti de Carvalho Dias que, na década de 80, juntamente com o “Grupo de Santos” e alguns então dirigentes da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, defendia a condição laica do espiritismo, já naquele tempo, sustentava o contrário: fugir da condição de religião e identificá-lo como uma proposta científica de consequências filosófico-morais, como o fizera Kardec, seria a melhor estratégia para o crescimento do espiritismo e a união dos espíritas, nos novos tempos.

Krishnamurti defendeu ardorosamente essa ideia até os últimos dias de sua vida física. Compareceu ao Congresso de Porto Alegre (outubro/2000) já em estado terminal, vítima de insidioso câncer. Corajoso e lúcido, terminou seu trabalho, dizendo: “De coração desejo isso: que nos entendamos”. Nas palavras finais de sua peça, apelava no sentido de que “nos procuremos, solidários, solícitos uns com os outros, embora as por vezes abissais diferenças”. Atribuía as divergências aos “milênios de religiosismo e religiosidade” de alguns, tendo como contraponto “apenas algumas décadas de desconfessionalização e dessacralização” de outros. Ciente de sua desencarnação breve (ela se daria em janeiro de 2001), prestou, em seu trabalho, homenagem ao que chamou de “segmento padrão”, então representado pela “luminosa CEPA cuja volta ao Brasil”, apregoou “tive a felicidade de presenciar”.

Os espíritas brasileiros ligados à CEPA buscam cultivar esse legado, convictos de que o conhecimento das bases fundamentais do espiritismo é a própria garantia de seu crescimento e da união de todos os espíritas. Por isso, elegeram como tema do II Encontro Nacional da CEPA no Brasil (Bento Gonçalves/RS, 3 a 6 de setembro/2010): “O que é o Espiritismo – A questão da identidade”. Queremos continuar merecendo a qualificação que nos outorgou Krishnamurti: segmento padrão. Para isso, só uma coisa temos de fazer: estudar, divulgar e desenvolver o espiritismo nos moldes propostos por Allan Kardec. Todos os que quiserem se somar a nós nessa tarefa serão bem-vindos.

Matéria publicada no jornal "Opinião" de maio de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Dirigentes do CCEPA participaram de Encontro em Málaga/ES

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O presidente do Centro Cultural Espíritade Porto Alegre, Rui Paulo Nazário de Oliveira, juntamente com os diretores Milton Medran Moreira (Comunicação Social) e Sílvia Pinto Moreira (Atividades Sociais), estiveram presentes no 1º Encontro Espírita Íbero-Americano, em Torremolinos, Málaga, Espanha, de 19 a 21 de março último. Ao grupo reuniu-se Cecília Miller (irmã de Rui), colaboradora do CCEPA, hoje residente em Chicago (USA). Medran fez a conferência final do evento, e Sílvia, no encerramento, representou a delegação do CCEPA, pronunciando algumas palavras de apoio ao importante acontecimento que reuniu espíritas da Europa e das Américas e discutiu temas doutrinários diversos a partir da proposta “Espiritismo – Uma Contribuição à Evolução Consciente”.
Na foto, Sílvia Moreira e Cecilia Miller

quarta-feira, 10 de março de 2010

INTELIGÊNCIA E MORAL

Milton R. Medran Moreira*

“Há quem chegue às maiores alturas
só para fazer as maiores baixezas.”
Ministro Carlos Ayres Brito,
do Supremo Tribunal Federal
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Talvez nunca, como nesta quadra da história republicana nacional, tenhamos tão agudamente percebido o distanciamento entre a inteligência e a ética, em determinadas figuras de nosso cenário político.
Enfrentando, em 5 de março último, o julgamento de um habeas corpus impetrado por governador de uma unidade da federação que, flagrado em suposto e grave ato de corrupção, saiu do palácio do governo diretamente para a prisão, um dos julgadores da mais alta corte da Justiça, negando-lhe concessão, deplorou o episódio, pronunciando a frase emblemática que serve de epígrafe a este artigo.

Os espíritos interlocutores de Allan Kardec, quando da elaboração de O Livro dos Espíritos (1857), enfatizaram esse componente do progresso humano: o descompasso entre o progresso intelectual e o moral. Aquele sempre anda mais depressa, disseram, porque “o fruto não pode vir antes da flor” (questão 791). Chegaram a asseverar que “à primeira vista, parece mesmo que o progresso intelectual redobra a atividade daqueles vícios” (falavam do orgulho e do egoísmo), “desenvolvendo a ambição e o gosto das riquezas” (q. 785). Complementaram, contudo, dizendo que “do mal pode nascer o bem” e que o conhecimento das leis maiores da vida conduz, necessariamente, o homem e a sociedade a estágios de melhoria moral.
Deploravelmente, homens que deveriam ser exemplos de honradez, em face dos elevados cargos que ocupam, têm protagonizado cenas de extremada vilania, locupletando-se despudoradamente dos bens públicos pelos quais deveriam zelar. Se, entretanto, a impunidade foi até aqui regra, aos poucos, deixa de sê-lo. Há, felizmente, uma consciência em favor da ética pública que cresce no seio do povo e força a adoção de medidas profiláticas, punitivas e moralizadoras.
O conhecimento da verdadeira natureza espiritual do homem e de sua responsabilidade, além dos mecanismos legais e fiscalizadores aqui disponíveis, é instrumento poderoso de progresso moral. Talvez o mais eficiente para reduzir o descompasso claramente perceptível entre aquele e o progresso intelectual. Um e outro hão de se aproximar, no dia em que, definitivamente, se com-preender que inteligência sem ética é como uma árvore sem flores e sem frutos.

* Jornalista, diretor de comunicação social
do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre

Artigo publicado no Jornal "ZERO HORA" de Porto Alegre em 10.03.2010

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

MEDRAN EM BENTO GONÇALVES

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O Diretor de Comunicação Social do CCEPA, Milton Medran Moreira, fará conferência com o tema "O Espírito de um Novo Tempo", no Lar da Caridade, na cidade de Bento Gonçalves, às 20h do dia 23 de fevereiro próximo.

Na oportunidade, Medran fará o lançamento, naquela localidade, de seu livro de crônicas "O Espírito de um Novo Tempo ou Um Novo Tempo para o Espírito", recentemente editado. A obra apresenta 100 crônicas sobre fatos relevantes ou do cotidiano, ambientadas nos 10 primeiros anos do novo milênio, a partir de uma visão espírita.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

SONHOS, CAMINHADAS E METAS

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Após aquela consulta a meu cardiologista, em abril de 2009, tomei a decisão: até o fim do ano emagreceria 8 quilos. Moderei na comida, eliminei quase inteiramente os doces e, quase todos os dias, fazia uma hora de caminhada.

Resultado: quase consegui. A balança, em 31 de dezembro, mostrou a implacável realidade: eu perdera 7 quilos, de abril a dezembro. Nada mau para quem, nos meses anteriores sempre via somados alguns gramas ou quilinhos a mais em cada pesagem.

Se estou frustrado? Não exatamente. A experiência trouxe uma boa lição. Sempre vale a pena traçar metas que julgamos possível serem alcançadas. Se a gente não as atinge inteiramente, isso até funciona como estímulo: na próxima caminhada, vai-se buscar ir um pouco mais longe.

Planejar e sonhar são coisas tão reais como fazer. Sonhos são alicerces sobre os quais construímos nossas ações. São projeções concretas do futuro. E quando assimilamos a vida como um futuro que não tem fim, passamos a construir cenários onde todos os sonhos são postos como realidades possíveis. E, então, aprendemos a adiar conquistas, sem nunca deixar de sonhá-las.

Com certeza, você já traçou suas metas para 2010. Um ano é tempo bastante para concretizar sonhos. Mas é período curto demais para se atingir todos os objetivos que o horizonte infinito da vida descortina.

O tempo está sempre a nosso favor. Mesmo que nem sempre o aproveitemos bem e fiquemos apenas no “quase”. O importante é nunca desistir dos sonhos. Na próxima vez, chegaremos lá. E, então, será tempo de sonhar mais alto.
Milton Medran Moreira - Publicado no Jornal "Diário Gaúcho)