Por instinto tem o homem a crença no futuro,
mas não possuindo até agora nenhuma base certa para defini-lo, a sua imaginação
fantasiou os sistemas que deram causa à diversidade de crenças. A Doutrina
Espírita sobre o futuro - não sendo uma obra de imaginação mais ou menos
arquitetada engenhosamente, porém o resultado da observação de fatos materiais
que se desdobram hoje à nossa vista congraçará, como já está acontecendo, as
opiniões divergentes ou hesitantes e trará gradualmente, pela força das coisas,
a unidade de crença sobre esse ponto, não mais baseada em simples
hipótese, mas na certeza. A unificação feita relativamente à sorte futura das
almas será o primeiro ponto de contacto dos diversos cultos, um passo imenso
para a tolerância religiosa em primeiro lugar e, mais tarde, para a completa
fusão.
Allan Kardec
O CÉU E O INFERNO
1ª Parte - Cap. I - ítem 14