sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal simplesmente humano
“Tinha fugido do céu. Era nosso demais para fingir de segunda pessoa da Trindade.”      (Fernando Pessoa)

Pesquisadores que se ocupam de Jesus histórico já chegaram a alguns consensos. Por exemplo: Jesus não teria nascido em Belém, mas em Nazaré. O 25 de dezembro não foi o dia de seu nascimento. A data, que marca, no Hemisfério Norte, o ponto alto do solstício de inverno, servia para homenagear o deus Sol, personificado em várias divindades da Antiguidade.

Para compor o grande sincretismo religioso do Ocidente, o cristianismo assimilou diversas tradições dos povos por ele tidos como pagãos. Vale recordar: em quase todas as culturas nas quais se inspirou existia o mito do parto, por mãe virgem, de um deus; sua imolação para pagar os pecados do mundo e a ressurreição, ao terceiro dia. Exatamente como nos relatos bíblicos sobre Jesus.

As festas cristãs, pois, a começar pelo Natal, a mais terna de todas, estão impregnadas de antigas mitologias, incorporadas pela cristandade a seu calendário de efemérides. Sendo assim, cabe perguntar: que significado podem ter tais festividades para o não crente? Se Jesus não é Deus; se não é, como creem os cristãos, o salvador da humanidade; se não foi concebido pelo Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade; se os episódios miraculosos contidos nos relatos evangélicos são apenas ressignificações mitológicas, o que sobra, então, de Jesus, esse personagem que dividiu a História entre antes e depois dele?

Sobra, exatamente, seu humanismo, tecido de elevado amor ao semelhante. Sobram as lições magnânimas de fraternidade, de entrega incondicional, de solidariedade, de compaixão, de alteridade, de firme consciência da igualdade essencial entre todos os seres humanos, independentemente de crença, cultura, etnia, sexo, posições políticas e sociais. E se tantas qualidades são encontráveis nesse personagem da História, mesmo se o considerando nada mais que humano, há sobradas razões para festejar a data convencionalmente tida como de sua chegada a este planeta. Até porque dele se tornou, quem sabe, o maior dos benfeitores.

Diversamente do que às vezes se diz, não é preciso festejar o Natal religiosamente para se conferir à efeméride um significado não materialista, profundamente espiritual e motivador de saudável confraternização, pacificação, tolerância, perdão e louvor à vida. Nesse sentido, se o Natal não existisse, seria preciso inventá-lo, fosse o nome que, então, lhe déssemos. Homens e mulheres de todas as culturas reservam datas para a solene celebração do amor a seus caros, da troca recíproca de afagos e dádivas materiais e espirituais. No calendário cristão, essa efeméride coincide com o final de ano. É, pois, além de tudo, tempo de agradecer pelo dom da vida prestes a se renovar, projetando um novo período de aprendizado e conquistas.

O Natal é, assim, festa de todos. De crentes e não crentes. Cristãos ou não. E é isso que lhe confere indizível magia. Para muitos, milagre da fé. Para a maioria, entretanto, expressão mais cara e sublime de nossa condição humana, circunstância que a todos iguala e nos faz genuinamente irmãos.

Se bem percebermos, está aí a mais pura essência da espiritualidade: reconhecermo-nos como iguais, porque dotados de humana consciência, um valor não mensurável materialmente e, no entanto, mais concreto que a fé e mais sólido que os mitos, porque ancorado na real dimensão do espírito. 

Milton Medran Moreira
Artigo publicado no jornal ZERO HORA de Porto Alegre em 24/12/ 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ASSEMBLEIA GERAL ELEGE NOVO PRESIDENTE DO CCEPA

Em obediência ao Estatuto da instituição a Comissão Eleitoral, representada pela associada Eva Samá Rodrigues, presidiu, na noite de 12/12/2011, a Assembleia  de associados que elegeu por unanimidade Milton Medran Moreira  e Eloá Popoviche Bittencourt  para assumirem a presidência e vice-presidência do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre no biênio de 2012/2013.
 Na ocasião manifestaram-se sobre o ato e sua importância na história da instituição, o Presidente e a Vice eleitos e também o associado Maurice Jones e o Presidente Rui Nazário de Oliveira que, de forma brilhante vai encerrando seu mandato.

A posse dos eleitos e da nova Diretoria Administrativa ocorrerá no próximo dia 2 de Janeiro de 2012 na sede do CCEPA.
Na foto o Presidente eleito Medran, a Presidente da Assembleia Eva Samá Rodrigues e a Vice Presidente Eloá Bittencourt.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ALCIONE E SALOMÃO REELEITOS NA CEPABrasil


Por ocasião do XII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita (Santos/SP, 11 a 14/11/11), foram reeleitos para a presidência e vice-presidência da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA, respectivamente, os companheiros Alcione Moreno (São Paulo) e Salomão Jacob Benchaya (Porto Alegre).
A Assembleia Geral, foi realizada na noite de 12 de novembro, quando, por unanimidade, ficou constituída a seguinte Diretoria para o biênio 2011/2013:
Presidente: Alcione Moreno; Vice-presidente: Salomão Jacob Benchaya; Secretário: Homero Ward da Rosa; Tesoureira: Maria Luiza Rossi. O Conselho Fiscal eleito é composto pelos associados Margarida da Silva Nunes, Homero, Delma Crotti e Eva Gonçalves Alves. Suplentes do Conselho Fiscal: Vital Cruvinel, Geraldo Spinola e Mauricy Antônio da Silva (foto).
No final da Assembleia, saudando os novos dirigentes, o Delegado da CEPA em Guarujá/SP, Ricardo Nunes fez menção especial ao trabalho desenvolvido pela gestão que finda. Para ele, faz-se inteira justiça em reconduzir Alcione ao cargo de presidenta, pois ela, como ninguém, reúne duas qualidades fundamentais: competência e afabilidade.

Jaci, o grande homenageado do Simpósio
Com a presença e participação ativa de cerca de 100 pensadores espíritas de diferentes Estados do Brasil, e tendo a participação de uma delegação argentina composta por Dante López, Gustavo Molfino, Raúl Drubich e Claudio Drubich (todos integrantes da Diretoria da CEPA), o XII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita foi marcado pela emoção e por muitas homenagens a Jaci Regis, criador do evento.
O Instituto Cultural Kardecista e a família Regis, organizadores do Simpósio, ratificaram a disposição de dar seguimento a esse importante evento que se realiza de dois em dois anos com importantes contribuições ao progresso das ideias espíritas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A MORTE ANTE O ENIGMA DA VIDA

A morte é provavelmente a maior invenção da vida. Steve Jobs

     A morte do bem-sucedido empreendedor norte-americano Steve Jobs, mês passado, acabou por resgatar aspectos interessantíssimos de sua vida. A ampla divulgação de um discurso por ele pronunciado em 2005 a formandos da Universidade de Stanford revelou seu profundo discernimento acerca do fenômeno da vida e da morte. Contou que ao se saber portador de um câncer de que foi acometido ainda relativamente jovem, decidiu pôr em prática o ensinamento de que se deve viver cada dia como se fosse o último da vida. Lembrando que ninguém quer morrer, mesmo aqueles que acham que vão para o Paraíso, seu discurso, no entanto, sugere que a morte deve ser tema de reflexão diária, além de estímulo a uma vida correta e útil.

     Antes de Jobs, importante filósofo patrício seu, George Santayana, escreveu que o verdadeiro valor de uma filosofia deve ser medido pela forma como ela encara a morte, Talvez esteja aí a razão pela qual a filosofia espírita, busque, legitimamente, entre nós, assumir merecida relevância cultural e social . Como costumava dizer o insigne escritor, orador e pesquisador espírita brasileiro, Henrique Rodrigues, à luz da filosofia espírita, morte não é o contrário de vida. Se quisermos buscar um antônimo para morte, poderemos encontrá-lo no termo nascimento, pois, na verdade, tanto este como a morte são meros episódios inerentes à vida.          

     Pensar a vida no contexto de uma filosofia dinâmica e evolucionista é, mais do que vê-la apenas como continuação da vida, tal qual pregam as religiões. É contemplá-la dialeticamente como nascimento-morte-renascimento, etapas da necessária e permanente renovação do espírito. Nesse sentido, foi, igualmente, precisa a mensagem deixada por Steve Jobs aos universitários de Stanford, aos definir a morte como “o agente de mudanças da vida”, na medida em que “remove o velho e abre caminho para o novo”.

     Enfim, é preciso convir que nada é inútil na vida. Tudo tem seu lugar e significação, muito embora, na posição em que, eventual e provisoriamente, nos encontremos, nem sempre possamos avaliar a importância de um evento. Não é diferente com a morte. O ser humano só poderá aquilatar sua significação quando estiver em condições de decifrar o ainda, para a maioria, enigmático fenômeno da vida.

Milton Medran Moreira  
Advogado e jornalista. Diretor do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
(Artigo publicado no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, em 1º.11.2011)

sábado, 1 de outubro de 2011

UMA FOGUEIRA QUE FEZ HISTÓRIA

Allan Kardec nasceu em 4 de outubro de 1804. Há 207 anos, completados ontem. Ele não foi, como pensam alguns, fundador de uma nova religião. Sistematizou o espiritismo como uma ciência de consequências filosóficas e morais. A moral adotada pelo espiritismo inspira-se inteiramente nos ensinos de Jesus. Não sendo uma nova igreja cristã, tem, entretanto, o Homem de Nazaré, como mestre, modelo e guia para toda a humanidade.
          Por isso, não faz sentido a perseguição que já sofreu, e, em certos meios, continua sofrendo a doutrina espírita, de parte das igrejas cristãs. A propósito, no domingo, 9 de outubro, se estará recordando um triste episódio que passou à História como o nome de Auto-de-Fé de Barcelona. No ano de 1861, por ordem do bispo daquela cidade espanhola, foram queimados em praça pública, numa cerimônia religiosa, com a participação de um padre e um escrivão, mais de 300 volumes de obras espíritas que uma livraria local mandara buscar de Paris.
     Naquele tempo, na Espanha, a Igreja tinha autoridade para censurar os livros que considerasse perniciosos. O decreto, então assinado pelo bispo, dizia: “Sendo os livros contrários à fé católica, o governo não pode permitir que eles venham a perverter a moral e a religião”.
     Allan Kardec, na oportunidade, escreveu: “Podem se queimar livros, mas não se queimam ideias”. De fato, as ideias espíritas, desde então, têm prosperado muito, tanto na Europa como na América, inclusive na Espanha. Quanto mais estudado, melhor o espiritismo é compreendido na sua verdadeira natureza de ciência e filosofia libertadora. O progresso do espírito se dá, segundo propõe, através do conhecimento e do amor.

 Não foi isso que ensinou Jesus?

Milton Medran Moreira
Crônica publicada no jornal Diário Gaúcho em 4 de outubro de 2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CEPABrasil NA "PRIMAVERA DA SAÚDE" EM BRASÍLIA


A manifestação ocorrida no dia 27 de setembro em Brasília visando a aprovação do projeto que regulamenta a Emenda Constitucional nº 29, defendido pelo Conselho Nacional de Saúde, contou com a participação entusiasmada de espíritas liderados pela médica Sandra Regisrepresentante da CEPA naquele Conselho.

Segundo Sandra Regis, a participação dos espíritas, identificados pela faixa que portavam, causou  um certo "espanto" nos manifestantes presentes. O grupo foi muito fotografado e Sandra foi convidada a gravar uma entrevista para o Conselho Federal de Psicologia e, como Conselheira do CSN teve o direito de falar ao microfone no carro de som do evento (foto acima), marcando assim a participação ativa da CEPABrasil e dos espíritas.
Os participantes da "Primavera" portavam flores que deveriam ser entregues à Presidente Dilma (foto abaixo).
Em defesa do SUS o CNS defende a regulamentação da EC 29 para que os recursos aplicados nas ações e serviços de saúde não sofram "desvio de finalidade", visto que a lei definirá o que poderá ser considerado como tal.

sábado, 10 de setembro de 2011

ENTRE A MODERAÇÃO E O PECADO

            Dia 29 de agosto. Estávamos em Istambul, Turquia. Era o último dia do Ramadã, em que os muçulmanos fazem jejum diariamente. Algo como a Semana Santa dos cristãos.
          Naquela noite, o povo estava todo na rua. As casas que vendem iguarias feitas de amêndoas, pistaches, mel e outras delícias da região regurgitavam de gente. O jejum estava terminando. Nos dias seguintes, as famílias se visitariam para saborear os tradicionais doces turcos. Durante os dias em que ali estivéramos, nos chamou atenção a enorme frequência de populares às mesquitas. Ficavam horas fazendo orações. Em volta das mesquitas, gente deitada nos bancos, com ar sofrido. Tinham de passar o dia todo sem comer, sem fumar, sem fazer sexo, sem beber, até água. Só à noite quebrariam levemente o jejum para recomeçá-lo no outro dia. Assim, foi por um mês inteiro. Agora a penitência terminava. É tempo de comer, de beber, de gozar tudo aquilo a que renunciaram por quatro semanas.
          Todas as grande tradições religiosas impõem períodos de abstinências e penitências a seus fiéis para lhes ensinar a dominar as paixões. Os gozos da vida levam ao pecado, dizem. Será? Só se não encontramos ainda o caminho da moderação, do equilíbrio.
          De repente, a Praça Taxsim, onde estávamos, é invadida por viaturas de onde descem dezenas, centenas de policiais fortemente armados que se espalham pelo centro da cidade: “Algum atentado?”, pergunto. “Não”, me responde um popular: “As pessoas hoje bebem muito, e precisam ser vigiadas”.  Pergunto a mim mesmo: terá valido a pena sacrificarem-se por tantos dias para, depois, se entregarem aos excessos?
Milton M. Moreira
Crônica Publicada no jornal Diário Gaúcho em 13/09/2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ENTREVISTA EXCLUSIVA DE MILTON MEDRAN MOREIRA AO SITE PENSE








O Diretor do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre - CCEPA  concedeu entrevista  ao site Pense - Pensamento Social Espírita abordando o tema: 'O Espiritismo e as Questões do nosso Tempo".


Para acompanhar  o pensamento do ex Presidente da Confederação Espírita Pan-Americana visite o site no seguinte endereço: http://www.viasantos.com/pense/arquivo/1347.html

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A SUBSTÂNCIA E A ESSÊNCIA


                Meu dileto amigo e colega Mário Cavalheiro Lisbôa sustenta que, “nesta vida ninguém muda” (“A conduta humana” - ZH 5/6). Mas, ressalva referir-se à “substância da pessoa”. Talvez tenha razão o Mário.  Tanto quando fala “nesta vida”, quanto ao aludir à “substância”.
                Quem é pai, quem é educador, quem vislumbra nos mecanismos da justiça alguma perspectiva de recuperação ou ressocialização de um delinquente, sabe. É muito difícil lidar com certas tendências humanas. Há pessoas que parecem resistir a vida toda a qualquer tentativa de transformação comportamental ou ética. A palavra não os convence, os exemplos não os atingem e a própria punição não os intimida.
                Dizer que fatores genéticos são determinantes de suas vidas, que, ao nascerem, já se acha plasmada, em definitivo, sua personalidade e, com ela, suas tendências para o bem ou para o mal, para o amor ou o ódio, para a solidariedade ou o egoísmo, para a criminalidade ou a ordem, será aceitarmos a irreversível ditadura dos genes.
                Há, talvez, uma forma de nos rebelarmos contra esse aparente determinismo genético que faz terra arrasada a todos os esforços pedagógicos, empreendidos milenarmente pelos mecanismos da educação e da justiça, na história evolutiva e civilizatória da humanidade. A forma será, quem sabe, admitirmos que somos mais do que substância. Que por de trás dos genes, há uma essência que com eles interage e da qual a própria genética é apenas um efeito, uma substância provisória. E que também a cultura, outro fator sempre levado em conta na formação dos hábitos e comportamentos humanos, é plasmada por essa essência. As religiões a chamam de alma, as filosofias espiritualistas preferem o termo espírito, mas podemos todos nos entender se a denominarmos simplesmente consciência.
                Sob uma ou outra denominação, praticamente todos a reconhecemos como a própria essência do ser humano e como patrimônio imaterial que plasma a história da humanidade.  Já é tempo de refletirmos sobre ela dissociada e liberta dos genes e dos neurônios, para que se abram caminhos outros capazes de superar o inconciliável dualismo religião/materialismo.
                Talvez por esse caminho reconheçamos que é possível, sim, mudar. Que muito já mudamos e que, individual e coletivamente, temos imenso potencial de transformação. O que talvez seja difícil é a percepção dos efeitos práticos dessas mudanças no tempo e no espaço em que nos movimentamos enquanto substância. Talvez aí tenha o Mário um pouco de razão, ao dizer que “nesta vida, ninguém muda”. É preciso, assim mesmo, investir na mudança e crer no efeito transformador da educação, da palavra e do exemplo.
 Na infinita trajetória da consciência, o futuro tem a amplitude da essência. E, por isso, rompe e supera as barreiras da substância e os limites da existência. Viver é mais que existir.    
   Milton Medran Moreira    
 Procurador de Justiça aposentado. Diretor do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
Artigo Publicado no jornal ZERO HORA de Porto Alegre em 06/07/2011

sábado, 7 de maio de 2011

ORAÇÕES


Ave, mãe, cheia de razão, o amor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, bendito é o vosso ventre e vossa luz. Quanta magia existe no teu olhar, senhora dos nossos passos e de muitos abraços, agora e na hora que nos deste a vida.
Mãe nossa, que estás em casa, no trabalho, na escola, ou no abrigo das nossas mais caras lembranças, santificado seja o vosso nome, venha a nós a vossa proteção, seja feita a vossa vontade de nos ver felizes, assim na terra como no ar, no mar ou até mesmo no bar.
O pão nosso de cada dia continue nos dando hoje, ou o almoço de amanhã, ou aque­la sobremesa maravilhosa que só a senhora sabe fazer. Perdoai as nossas ofensas, as nossas omissões e desatenções, e não nos deixeis cair na besteira de sair de casa tão cedo. Livrai-nos do mal e, se possível, também do cheque especial e de perder o Gre-Nal
Salve, rainha, princesa, duquesa, pois mereces todos os títulos da nobreza. Vida, doçura, esperança, que vontade de ser novamente criança pa­ra ganhar um colo cada vez que vierem as lágrimas. Por vós suspiramos em silêncio, advogada nossa, professora, médica, faxineira, cientista, empresária, secretária, presidente, ascensorista, senhora de tantos ofícios, sem renúncia ao mais sublime de todos, que é levar pela mão o filho do ventre ou do coração.
Creio em teus poderes de bondade, perseverança, tolerância e sabedoria materna. Seríamos ainda mais abençoados se tivesses vida eterna.

Glória à mãe, aos filhos nem sempre santos e a esse espírito de gratidão que por vezes nos leva aos prantos. Assim como era no princípio, que o seja para sempre.
Senhora, fazei de mim um instrumento de vossa paz e de vossa infinita ternura. Onde houver uma mulher, pois todas são mães por sentença genética ou divina, que eu e os demais filhos e filhas levemos o agradecimento, a alegria, o reconhecimento de que elas merecem muito mais do que um dia.
Amém!
Nilson Souza
Crônica publicada no jornal ZERO-HORA de 07/05/2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

CCEPA comemora 75 anos










   O dia 23 de abril último, registrou 75 anos de existência do nosso Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, 45 dos quais dedicados à busca de um espiritismo restaurado à sua essência dinâmica e livre-pensadora, tão insistentemente estimulada pelo seu fundador Allan Kardec.
    Foi  a partir dos anos oitenta que, com clareza maior, definiu-se o modelo que mais se ajustava aos anseios do nosso pequeno, mas corajoso, grupo. A partir daí avançamos com mais desenvoltura na construção de um espiritismo "emancipado de místicos e milagreiros, ainda mercadores de indulgências, que elegeram um Jesus, quase sempre triste com os nossos pecados, passivo e estático, que eles adoram sem compreender a dinâmica de sua mensagem libertadora", na imagem do espírito J. Cacique de Barros em mensagem de aprovação e estímulo de 4 de abril de 1986.
    Como era de se esperar, considerando a natureza conservadora do espiritismo brasileiro, a reação não tardou. Foi surpreendentemente virulenta já que partiu de antigos companheiros de luta e aprendizado. Fomos vilipendiados, excomungados e tivemos que caminhar sozinhos por compreender que a natureza libertadora e progressista  da visão espírita de homem e de mundo nos convida a entender que não basta que o espiritismo exista ele precisa se continuadamente construído, não contra, mas apesar  daqueles que o querem reduzir a mais uma seita cristã.
    Para o pequeno, mas fortemente unido, grupo de trabalhadores a lição relembrada mais uma vez naquele 23 de abril foi que, a aventura da liberdade tem custo elevado, porém altamente compensador.
    Depois de tantos anos de convivência e estudo, nada define melhor a postura do nosso grupo diante do pensamento espírita do que o lema, cunhado por nosso companheiro Maurice Herbert Jones, que temos adotado há muitos anos:
    "Sabemos pouco, não temos certezas definitivas mas ousamos buscar".


A data foi comemorada em singela confraternização entre os membros da instituição, na reunião da 'Oficina de Trabalhadores" de 25/04.

sexta-feira, 4 de março de 2011

VALEU, MAESTRO!

       O toque de emoção do Carnaval brasileiro fica por conta da Escola de Samba Vai-Vai, de São Paulo, com a homenagem ao grande maestro João Carlos Martins (na foto).
    Que homem extraordinário aquele! Sua vida é um exemplo do quanto o ser humano é capaz de realizar por um ideal. O ideal dele sempre foi a música. Ainda criança, demonstrou sua irresistível vocação.  Há pessoas que já nascem talentosas. Trazem, certamente de outras vidas, aptidões que as fazem gênios desde pequenos.  Assim foi com João Carlos que, aos oito anos, já dominava com maestria as teclas do piano e foi vencedor de um concurso executando músicas de Bach. Logo seria um pianista conhecido no mundo inteiro.
          Depois, o Brasil e o mundo acompanharam o drama do grande instrumentista. Um grave acidente seguido de uma doença que o privaria dos movimentos da mão direita. Quando se recuperava, foi vítima de um assalto que lhe deformou as duas mãos. Já não poderia tocar piano. Mas, seu amor pela música levou-o a recomeçar a carreira como maestro.
           Hoje, João Carlos Martins dedica-se a um grande projeto de inclusão social através da música. Rege uma orquestra de jovens carentes, em São Paulo. E, incrível, voltou a tocar piano, superando suas deficiências físicas.
           Por tudo isso, a escola de samba paulista fez de João Carlos Martins o grande homenageado deste Carnaval. Com o sambe-enredo “A música venceu”, mesclou o clássico com o popular. Sinfonias de Bach evocadas no samba que nasce da alma do povo brasileiro. Lindo espetáculo, celebrando um notável exemplo de superação, coragem e amor à vida!
          Valeu, maestro! Não basta tocar a vida. É preciso saber regê-la. 
Milton Medran Moreira
Artigo publicado no Jornal 'Diário Gaúcho" de 08/03/2011

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

OPRESSÃO, PROGRESSO E ESPIRITUALIDADE

Todo poder excessivo é destruído pelo seu próprio excesso.
                                                               Casimir Delavigne
               
O início do ano foi marcado por uma sequência de revoltas populares, queda de ditaduras e sérios abalos a outros regimes autoritários do mundo árabe. A partir da derrubada de Zine El Abadine Ben Ali, o povo da Tunísia pôs fim a uma ditadura que já completara 23 anos. A mesma sorte teria, logo, o ditador Hosni Mubarak, do Egito, ao ser apeado do poder que detinha havia 30 anos. Seguiram-se levantes populares, com maior ou menor êxito, no Iêmen, Jordânia, Síria, Irã, Bahrein, Líbia, Marrocos e Kuwait.

Diferentemente do mundo ocidental, cristão, todos esses países têm como religião preponderante, quando não oficial e de culto obrigatório, o islamismo. Politicamente, são regidos por governos fortes, onde são escassos, frágeis, ou mesmo inexistentes, o reconhecimento e a prática das garantias de liberdade constitucionalmente asseguradas nas nações do Ocidente. Agora, como numa onda avassaladora, aquelas populações clamam e lutam por democracia, caminho único à conquista da plena cidadania fundada na liberdade humana.
É comum entre nós a afirmação de que o Ocidente conquistou o moderno Estado de Direito graças à assimilação e ao desenvolvimento das propostas cristãs. Não se pode esquecer, no entanto, que o Humanismo e o Iluminismo, movimentos inspiradores da democracia moderna, tiveram justamente no cristianismo real e institucionalizado o grande adversário e opositor das ideias de liberdade. A conquista do Estado de Direito foi, a rigor, o resultado de uma dura luta do laicismo e do secularismo contra a religião, marcando o advento da modernidade.
É muito cedo para se afirmar que os países do bloco árabe/islâmico estejam inaugurando seu Iluminismo. Até porque, entre os opositores das ditaduras agora contestadas, existem segmentos religiosos fundamentalistas que aspiram transformar algumas dessas ditaduras civis ou militares em novas teocracias muçulmanas. De qualquer sorte, o vigor demonstrado e o parcial êxito atingido indicam um movimento, ainda que lento, no caminho da democracia e das liberdades. A busca desses valores, antes de se inspirar em revelações religiosas, nasce da própria condição humana. O espírito, chama divina que alumia a trajetória da consciência rumo à perfeição e à plenitude, é o grande agente das transformações políticas, sociais e éticas. A humanidade, toda ela, em qualquer segmento cultural, étnico ou sistema de crenças, goza, intrinsecamente, do direito à liberdade de pensar, de crer ou descrer, de agir, de escolher seus caminhos, entre erros e acertos que redundarão sempre em ricas experiências.
A opressão, seja religiosa, seja ideológica, invariável resultado do orgulho e do egoísmo de uns poucos em detrimento de outros, tem sido, na história dos povos, o maior obstáculo ao progresso cultural, social e espiritual do gênero humano. Mas, um dia ela termina. Não resiste à vocação progressista e à força do espírito.
Milton Medran Moreira
Artigo publicado no jornal ZERO-HORA de 23/02/2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

NOTÍCIAS DO CONSELHO SUPREMO NACIONAL ESPIRITA DE CUBA


Para conhecimento de todos, reproduzimos abaixo a correspondência (e-mail) enviada pelo presidente do CSNEC ao CCEPA.

¡Hermanos de CEPA! Mucho nos han alegrado las noticias que sistemáticamente nos han hecho llegar, las que han sido objeto de divulgación en las sesiones de trabajo del Consejo Supremo Nacional Espiritista de Cuba (CSNEC) ? Asociación Casa de los Espiritistas y hemos divulgado entre los Centros y Sociedades del País. En el presente nos preparamos con vista al Congreso Nacional Espiritista que tendrá como sede la hermosa Ciudad de Bayamo, rica por la tradición de cultura e historia nacional y por ser uno de los principales baluartes de la práctica espiritista en el país. La reunión se desarrollará en el próximo mes de abril; pero antes en febrero tenemos un suceso que llena de júbilo a todos los Espiritistas Cubanos, este hecho está relacionado con la reposición del Busto de Allan Kardec en lugar público, este busto tiene una historia que se remonta a 1957, cuando en ocasión del entenario del Libro de los Espíritus fuera develado en el parque La Pera, en la capital habanera bajo auspicio de la Federación Espiritista de Cuba y en atención a la iniciativa de la Sociedad Espiritista ¨ Enrique Carbonell ¨.

Tras años de custodia compartida entre el Consejo Supremo Nacional Espiritista de Cuba y el Historiador de la Ciudad, Dr. Eusebio Leal Spengler, contando con el apoyo de las Autoridades del Gobierno Cubano, ha sido encontrado el sitio adecuado para su reposición y exposición permanente al público cubano en general, a los que visiten nuestro país y así lo deseen, sin que medie actividad de lucro alguna, por mínima que pudiera ser.
El fin perseguido por los espiritistas de hoy, abrigados en el Consejo Supremo Nacional Espiritista de Cuba, de los Centros y Sociedades a su abrigo y en representación de todas las aspiraciones de los pasados y presentes espiritistas es el sentimiento de que Allan Kardec es patrimonio de la Humanidad y como tal, el mejor territorio es La Habana Vieja, municipio que alberga el Centro Histórico de la Ciudad, declarado Patrimonio Cultural de la Humanidad por la UNESCO en los años 80.
Así hermanos de CEPA, trabajamos para rendir homenaje a Allan Kardec, el próximo 6 de febrero a las 10.00 am, en el parque que custodiará por siempre, su presencia entre nosotros. Les solicitamos apoyo en la divulgación de este acontecimiento feliz.
Nota: Comenzamos a considerar la posibilidad de estar presentes en el Congreso del año 2012, esto lo trataremos más adelante.
Atentamente, reciban una abrazo fraternal de los Hermanos Cubanos,
Alfredo Durán Arias.
Presidente. CSNEC.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

“Opinião” recebe Certificado de Reconhecimento

A ANESPB PRESS – Agência de Notícias Espíritas da Paraíba - http://anespbpress.blogspot.com outorgar ao jornal CCEPA Opinião o Certificado de Reconhecimento 2010.
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Segundo o jornalista Carlos Antonio de Barros, da ANESPB PRESS, o Certificado de Reconhecimento 2010 é um prêmio à excelência do jornalismo espírita produzido e praticado por impressos e eletrônicos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

JACI REGIS - 1932/2010


Aos 78 anos de idade desencarnou hoje, dia 13 de dezembro de 2010, na cidade de Santos-SP, o escritor, jornalista, psicólogo  e extraordinário líder espírita Jaci Regis.
.
Dotado de personalidade marcante, polêmica  e corajosa, foi um dos principais inspiradores  do movimento de renovação que abalou o espiritismo brasileiro nos últimos trinta anos. O jornal Abertura e o Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita por ele criados estimularam toda uma geração de espíritas e simpatizantes  que multiplicaram ações para possibilitar  o surgimento de um espiritismo de janelas abertas.  Cessa a vida física mas o exemplo e a obra deste querido companheiro permanecerão, encorajando os que foram tocados pelo seu amor ao espiritismo

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

COMEMORAR, AGRADECER E RETRIBUIR

 É tempo de comemorar e comemorações são sempre ruidosas. Difícil recolher-se ao silêncio, nesta quadra tão agitada do ano. E, no entanto, mais do que nunca, é tempo de empreender a silenciosa viagem para dentro de nós mesmos. Porque também é tempo de agradecer, e a alma, quando agradece, quer fazê-lo silenciosamente.
 O ano não foi exatamente como queríamos? Entretanto, se fizermos o balanço, com certeza concluiremos ter recebido bem mais do que demos. Muitas de nossas conquistas fomos buscá-las no amplo reservatório acumulado lá no fundo da alma. Ali estão preciosas reservas deixadas por nossa própria experiência, juntamente com outras depositadas por terceiros em nosso favor. Poupanças a serem utilizadas quando delas necessitássemos. Muitos daqueles depositantes não estão mais conosco. Alguns deles podemos identificar pelo nome. Ou pela forma carinhosa como os chamávamos: papai, mamãe, mano, amigo...Talvez um mestre que nos legou lições de vida  importantes para a hora da crise. O momento é próprio para chamá-los todos ao nosso convívio, pela lembrança carinhosa em forma de prece.
Há outros, a maioria, que não estiveram conosco nesta jornada. Talvez nem saibamos seus nomes.  Mas, quantos benefícios nos legaram! A respeito deles, Albert Einstein disse certa vez: “Cem vezes, todos os dias, lembro a mim mesmo que minha vida interior e exterior depende dos trabalhos de outros homens, vivos ou mortos, e que devo esforçar-me a fim de devolver na mesma medida em que recebi”.
A vida é uma imensa rede de solidariedade que a alimenta e faz sua riqueza. Razões para comemorar, agradecer e retribuir.
 Milton Medran Moreira 

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

NO DIA DA CRIANÇA

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Quem é pai ou mãe sabe. Quem as educa e convive com elas também sabe. Crianças são surpreendentes. Inteligentes, amorosas, enchem de alegria a vida da gente. Mas, cá para nós, às vezes, são agressivas, invejosas, violentas. Algumas parecem trazer, no fundo da alma, tendências destrutivas. Não dizemos que são más. Preferimos afirmar que têm índole difícil. Normalmente as descrevemos como seres inocentes que ainda não conheceram o bem e o mal. Mas, contraditoriamente, desde cedo, identificamos nelas bons ou maus sentimentos. Alguns desses sentimentos crescem com elas. Poderão fazer delas cidadãos de bem, educados, prestativos, honestos. Ou, quem sabe, transformarão as crianças de hoje nos bandidos, corruptos ou desajustados de amanhã.
                Dizer que já nascem prontas não é certo. Mas também não é correto afirmar que nasçam inocentes. Recomeçam, ao nascer, a vida que interromperam em experiência anterior. Onde renascerem, encontrarão alternativas para sua evolução. Nós, que recebemos esses espíritos em nosso lar ou na sociedade em que vivemos, influiremos decisivamente em sua trajetória. O exemplo, o afeto, a orientação, os esforços que fizermos em favor deles iluminarão sua caminhada. Mas, os maus exemplos, as atitudes egoístas, desonestas e violentas poderão despertar neles os vícios e más inclinações que agora poderiam dominar.
                Ninguém que por aqui transita é inocente. Somos um somatório de experiências boas e más. A vida é uma aventura. Uma fascinante aventura. Descubra isso hoje olhando nos olhos de uma criança. Talvez vislumbre um pouco de sua alma. Fascinante, como toda a vida humana. Mas dependente, como são todos os espíritos com quem somos convidados a compartilhar a vida.
Milton Medran Moreira - Crônica publicada no jornal Diário Gaúcho em 12/10/2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

NOSSO LAR

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No momento em que escrevo esta crônica, o filme “Nosso Lar” bate todos os recordes de bilheteria. Nos primeiros dez dias de exibição, foi assistido por mais de 1,6 milhão de pessoas. No instante em que você lê esta coluna, milhares de espectadores terão ampliado bastante esse número. Um sucesso, como já ocorrera antes com a película sobre a vida de Chico Xavier.
Que fenômeno é esse que leva tanta gente a se interessar por produções com temáticas espíritas, como é o caso de “Escrito nas Estrelas”, da Rede Globo? Não é apenas um fenômeno brasileiro. Basta recordar o êxito de “Ghost” e outras tantas produções americanas que tratam da vida depois da vida e da possibilidade de comunicação com espíritos. Tanto assim que “Nosso Lar” já figura como possível candidato ao Oscar de filmes estrangeiros.
Nossa consciência sobrevive à morte? Para onde vamos, então? De onde estivermos poderemos nos comunicar com aqueles que aqui estão? Por séculos, essas questões estiveram aprisionadas nos dogmas religiosos. A ciência delas não tratava. As religiões fecharam-nas no quarto escuro do mistério e guardaram a chave. Hoje, pesquisas avançadas sobre sobrevivência do espírito, comunicação e reencarnação rompem o mistério. Na outra ponta, a sensibilidade humana viaja, conduzida pela intuição, pelos amplos caminhos do sonho e da ficção. Nada mais fiel que a arte para retratar as profundas verdades que moram na alma humana. Os artistas são os precursores dos avanços e descobertas humanas. Ontem, eram os grandes pintores, os romancistas e os poetas. Hoje, se juntam a eles as produções do cinema e da televisão. É a arte imitando a vida. A verdadeira vida. A vida da consciência. A vida do espírito!
Milton Medran Moreira
Crônica publicada no jornal Diário Gaucho de Porto Alegre

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

IDENTIDADE DO ESPIRITISMO FOI TEMA DO ENCONTRO DA CEPABrasil

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Embalados pelo lema “gente da boa cepa na terra dos vinhedos”, delegados e amigos da Confederação Espírita Pan-Americana reuniram-se de 3 a 6 de setembro último, nas instalações do Hotel Dall’Onder, na cidade de Bento Gonçalves/RS, “capital brasileira da uva e do vinho”.

O II Encontro Nacional da CEPABrasil foi promovido pela Associação Brasileira dos Delegados e Amigos da CEPA - http://cepabrasil.blogspot.com - e organizado pelo Centro Cultural Espírita de Porto Alegre - http://ccepa.blogspot.com - , com o apoio do Lar da Caridade, de Bento Gonçalves. O evento contou com a presença de cerca de 150 participantes dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Paraíba e Ceará, recebendo, ainda, uma delegação da Argentina, integrada pelo presidente da CEPA, Dante López, e vários outros dirigentes da instituição pan-americana.

A abertura, na noite de sexta-feira (3/9), após belíssima apresentação de balé, a cargo de uma escola de dança da cidade serrana que sediou o evento, constou de uma conferência proferida pelo ex-presidente da CEPA, Milton Medran Moreira, abordando “Espiritismo – dos fundamentos às consequências”.

Nos três dias seguintes, os pensadores espíritas Jaci Regis, Mauro Spínola, Dante López, Jacira Jacinto da Silva, Luiz Signates, Homero Ward da Rosa, Moacir Costa de Araújo Lima, Amely Martins, Ricardo Nunes, Matheus Laureano, Marcelo Henrique Pereira, Ademar Arthur Chioro dos Reis e Adão Araújo, em conferências, painéis e mesas-redondas aprofundaram o tema “identidade do espiritismo”, abordando seus aspectos científicos, sociais, filosóficos e éticos. Todos os temas comportaram debates e trocas de opinião, com a livre manifestação de todos os presentes.

Ao final, em reunião da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA, foi aprovada uma Carta de Posicionamentos da CEPABrasil, pronunciando-se sobre a identidade do espiritismo e abordando temas ligados ao movimento espírita brasileiro. O documento será brevemente levado à publicação. Também foi feito o lançamento oficial do XXI Congresso Espírita Pan-americano, que será realizado no período de 5 a 9 de setembro de 2012, em Santos-SP.

Um jantar de confraternização, com cardápio e espetáculo artístico típicos do Rio Grande do Sul e também a visita a uma vinícola da cidade integraram a programação. No encerramento, foram entregues as credenciais aos novos delegados da Confederação Espírita Pan-americana e outorgado o diploma de adesão à União das Sociedades Espíritas do Estado do Ceará. Usaram da palavra o presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, Rui Nazário de Oliveira e a presidenta da CEPABrasil, Alcione Moreno, agradecendo a participação de todos. Logo após, em clima de muita emoção, entoou-se a canção “Semente do Amanhã”, do Gonzaguinha, previamente ensaiada pela maestrina Sandra Regis, cantada por todos os integrantes do Encontro.