A
TRAGÉDIA E NÓS
Impossível não sofrer junto!
Em algum momento, assistindo a
cenas tão dramáticas, como aquelas mostradas no último domingo, impossível não
experimentarmos parcelas vivas e reais da dor de mães, pais, irmãos ou amigos
dos cerca de 250 rapazes e moças, vítimas da maior tragédia já ocorrida no Rio
Grande do Sul.
A dor que sofremos juntos,
mesmo despertando indignação diante de imprevisão e do descaso humanos, também
faz brotar em cada coração sentimentos de solidariedade e um afeto profundo,
verdadeiramente fraterno, para com familiares e pessoas próximas das vítimas.
Isso é o que se chama de compaixão: o sofrimento compartilhado que gera
cumplicidade, solidariedade. Podemos, sim, ajudar, mesmo à distância, com
vibrações de amor, com preces que brotam da alma e chegarão, como bálsamos
suavizantes, à alma das vítimas e seus entes queridos.
Talvez seja tudo o que podemos
fazer neste momento. E esse tudo é muito. Por favor, ninguém tem o direito de
construir teses colocando aqueles jovens como culpados por atos antes
praticados. Importa que, aqui e agora, eles são vítimas. Vítimas da
imprevidência dos homens e do desprezo que temos pela vida.
Destino? Mistérios divinos?
Definitivamente, não. Erros humanos que todos temos o dever de evitar em favor
da vida digna, longa e feliz que sonhamos, planejamos e buscamos para ossos
filhos, neste Planeta!
Milton Medran Moreira – Publicado no jornal Diário Gaúcho de 29/01/2013